O ferro que me cortou
Jamais me cortará
A sirene que me salvou
Não precisarei mais usar
O tempo perdido, o erro cometido
Às culpas, quantas culpas..
O ferro que me tirou de uma jaula,
Como agradecer-lhe-ria ?
A beca que abriu meus olhos para o mundo..
A sutileza do mar que me acalmava
O choro não era so de raiva,
Era culpa, sim culpa.. quanta culpa..
Padeci em vida de falta de amor a mim.
Culpei-me , calei-me
De ferro, de azulejo, de vidro..
Ah vergonha, quanta vergonha..
"Coitada", " coitada nada, mereceu"
Abismo pairou..
Nao tinha brisa, nao tinha água, faltou a comida
Faltou minha alma.
A gravata azul, que se perdeu sem eu enxergar
Que no meio do abismo eu estava,
Não sabia como parar
Ah, aquela gravata, nao era conto de fadas,
Mas que falta ela me faz..
Hoje em dia me serviria como uma luva.
Livro, candelaria, geometria, madrugadas..
Vida, enfim vida..
O mundo abriu, a sirene tocou
Então eu vivi.
De amor eu nao morro,
De culpa eu nao sofro,
A gravata estará ali,
Vítima eu, o culpado é ti.
|