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A arte da Escolha
Tânia Du Bois


     Nem sempre estamos dispostos a escolher entre isto e aquilo. Pensamos duas vezes antes de escolher, que é a ação, a postura ou a palavra que podem deixar a vida em estado de ternura ou não.
     As escolhas e as diferenças temperam a vida. As preferências, por vezes, são atitudes limitadoras, por isso, é fundamental perceber o que está ao nosso alcance e em nossas mãos, na maneira como reagimos. Pois, quando há equilíbrio na escolha é que começamos a entender a arte de viver. Cacaso reflete, “... Quero a palavra que traduza / a medicina dos anjos, / a virgindade anterior ao pensamento. / Quero a nuvem que me habita, / não / sua forma profanada”.
     A arte da escolha está em examinar o que há de relevante em nossa vida; avaliar nossas opções, sem paixão, e indagar: o que está sendo decidido hoje? O que é certo para o momento? Cortar o cordão dos valores, ideais e sonhos, ou não? Ao nos reconhecer enfrentamos as verdadeiras intenções da nossa alma, como expressa Cláudio Schuster, “Não há tempo a perder / fica comigo / depois / é um tempo / que não existe / é um lugar triste / porque não é um lugar // depois / é o amanhã que não há // dói tanto / que nem sei / dói tanto / que esqueci”.
     Vários são os momentos em que nossos instintos gritam por uma decisão, e nos fazem repensar por uma escolha melhor, mas, muitas vezes, o que nos falta são argumentos para nos defender da escolha tomada.
      Na hora em que nos questionamos para definir o certo e o errado; o claro e o escuro; o sim e o não; deparamo-nos com situações misteriosas, onde nos escondemos. Para nossa ajuda escolhemos nos desarmar dos preconceitos e identificar não apenas o que somos, mas o que seremos. Assim, atuar de modo objetivo para fugir das crenças e mitos em relação ao novo caminho.
     Na medida em que aceitamos encarar o novo com segurança, carinho, respeito e, principalmente, diálogo, estamos prontos para buscar as nossas respostas. Segundo Orides Fontela, “Nunca amar / o que não / vibra // nunca crer / no que não canta”.
     Ao nos prender em convicções sólidas e amorosas, reconhecemos que a arte de escolher não é ilusão, mas, a força do nosso caráter, que nos assegura na hora de decisão. Assim, renovamo-nos e ocupamos o nosso espaço; fazemos a diferença entre os iguais, crescemos à sombra da escolha para alcançar a luz - no melhor sentido - que ainda nos aguarda em mistérios. Para Orides Fontela, “Esconder (esquecer) / a face // soterrar (ocultar) / a luz // escurecer o / amor / dormir. // Aguardar o que nasce”.
     Desvendamos o novíssimo. Até que ponto escolhemos o nosso destino? Estabelecemos relações com o silêncio? Com as lembranças, a saudade? Os questionamentos? Os sentimentos? Combatemos o que faz mal ao coração, para revigorar o tempo e acompanhar o nosso ritmo, porque sempre estamos em busca da arte da escolha. Segundo Orides Fontela, “Sempre é melhor / saber / que não saber. // Sempre é melhor / sofrer / que não sofrer. // Sempre é melhor desfazer / que tecer”.


Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
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