Na linha do tempo da história da administração pública do Brasil, podemos observar uma trajetória variante, de modelos que se sucedem, se derivam e até mesmo se entrelaçam durante um determinado período.
Na administração pública patrimonial, que vem da Monarquia, na qual o público e o privado se confundem, o Estado era compreendido como de propriedade do rei. O empreguismo e o parentelismo estavam presentes em todas as ações. Com o avanço do capitalismo industrial esse tipo de administração não seria mais possível, era necessário que existisse a plena separação do Estado e da sociedade comum, foi assim que a administração pública burocrática foi legitimada.
Nesse tipo de administração a separação do público e do privado, bem como do político e do administrador público se fez presente, mas apesar da superioridade perante a administração patrimonialista, se tratava de um tipo lento, caro e muito pouco eficiente para atender as necessidades dos cidadãos. Isso não foi problema enquanto o Estado era pequeno e contava apenas com quatro ministérios: Justiça, Defesa, Fazenda e Relações Exteriores. Com o crescimento do Estado, o mesmo se fazendo presente em serviços sociais e atribuições econômicas, o problema da ineficiência aflorou ainda mais, tornando-se necessário uma administração gerencial, para encarar toda essa problemática e também validar a burocracia a frente das exigências da cidadania.
Com a necessidade de mudar o cenário, com maior expressividade a partir dos anos 70, a administração gerencial vinha com princípios da administração de empresas e assim o processo de descentralização, com ideias de flexibilização, se inicia voltando seu olhar para a cidadão. Mas a administração gerencial, apesar da demora para sua implementação já estava presente em alguns fatos desde os anos 30. Em 1967 uma Lei buscava a desburocratização e essa Lei pode ser indicada como o primeiro passo dado para a administração gerencial no Brasil.
Na Constituição de 1988, uma instabilidade aponta um retrocesso burocrático, diante de uma crise do Estado. Esse fato desmoralizou a administração pública, no entanto não pode se negar a competência e o espírito público da burocracia brasileira, que esteve presente em muitos fatos importantes do desenvolvimento do Brasil.
Pode-se finalizar dizendo que a administração gerencial para ser eficiente deve ser construída por cima da administração burocrática, usufruindo de todas as suas aquisições positivas.
|