Falar de fofoqueiro / me dá um frio na barriga.
Uma biotipo rampeiro, / fabricante de intriga.
É preciso que se entenda: / fofoca é um perigo.
Gera ódio e contenda, / separa quem é amigo.
Fofoca é coisa feia... / Invasão de privacidade.
Falar da vida alheia / é falha de personalidade.
Fofoqueiro não tem juízo, / abre a boca sem pensar.
Causa grande prejuízo, / tagarelando sem parar.
Fofoca tira a paz, / de um e duma multidão.
Quem nela se compraz, / tem iníquo coração.
Fofoqueiro é linguarudo - / sua língua é fatal.
Fala de todos, de tudo... / É plantonista do mal.
Está pra nascer fofoqueiro / que seja bem-relacionado.
No Universo inteiro / é um elemento condenado.
Tem uma coisa triste, / que me deixa endoidecido:
Se o fofoqueiro existe / é porque alguém lhe dá ouvido.
Fofoqueiro é bicho à-toa. / Quando deita no seu leito,
Analisa a pessoa, / pra publicar seu defeito.
Por causa dessa gentalha / o mundo está perdido!
A moral se estraçalha - / o ego fica ferido.
Enquanto fofoca houver, / haverá ódio e guerra –
Nem homem, nem mulher, / serão felizes na terra.
Fofoqueiro, por favor, / encolha a língua comprida.
Poupe-me da dor. / Cuide da sua vida.
Arranje o que fazer. / No mundo tenha utilidade.
Procure o mal vencer. / De mim tenha piedade.
Faça empenho, também, / em ser pessoa amada.
Lembre-se de fazer o bem, / mantendo a boca fechada.
Pra redação encerrar, / sobre o vil fofoqueiro,
A data quero registrar: / Dia onze de janeiro.
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