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A PRIMEIRA VEZ QUE FUI VÍTIMA DE UM ASSALTO
Juarez Fragata

Isso não é roteiro de filme hollywoodiano. A verdade nua e crua está em cada frase desta crônica que tem como desfecho um grande livramento de Deus.
No final da tarde do dia anterior, a caminho do local de serviço desembarquei do ônibus, e no caixa eletrônico do banco saquei parte do pagamento do mês de outubro. Hoje, na parte da manhã coloquei em prática o mesmo procedimento e saquei o restante do pagamento em questão. Depois de chegar ao mercado, comprar umas coisinhas ínfimas, recebi de troco de uma cédula de cinquenta reais, 22 reais e 40 centavos. Coloquei o montante que recebi de troco num dos bolsos, com o intuito de usá-lo para comprar pão e erva mate na mercearia perto do local onde moro, e com o intento de economizar uma passagem, uma vez que um decreto da prefeitura de Porto Alegre institui o fim da gratuidade na segunda viagem para vale-transporte e passe antecipado, me dispus a fazer o trajeto a pé.
O garoto sarará estava sentado num lugar privilegiado. O mesmo podia ver tudo e todos, e ser visto por todos, mas quem é do bem não vê maldade no próximo. O sarará usava bermuda, um boné e uma jaqueta camuflada, muito grossa para o clima da manhã, e tinha ao seu lado um copo verde de tamanho médio pra grande, talvez com refrigerante ou café.
Em torno de 08: 00 h.
De longe o avistei e o que me chamara à atenção fora o fato dele estar usando a tal jaqueta camuflada, estando um calor praticamente de verão, mas cada louco com suas manias. Ignorei este fato e segui em frente. Poucos metros à diante o mesmo passara por mim, e eu disse para comigo mesmo:
– Será que esse garoto não está com calor?
Sem mais nem menos o mesmo parara sacara a arma e disse:
– Isso não é brincadeira, é um assalto! Vai me passando o celular e a carteira!
– Eu não uso celular – respondi com aquela calma interior peculiar a todos os cristãos que, deveras, já passaram pelo processo do novo nascimento.
É óbvio que não faltei com a verdade. Já faz alguns anos que não faço uso de celular, uma vez que as ligações interferem na minha inspiração, e em decorrência de uma simples ligação uma mensagem bíblica pode não tomar forma, ou uma poesia pode fugir da minha mente e perder-se no esquecimento.
– Então me passe a carteiro e o relógio!
Levei a mão no bolso e tirei os 22 reais e os 40 centavos, mais que depressa o garoto agarrou com a mão esquerda, e com o revolve na direção da minha barriga ordenou:
– Me passe o relógio!
Enquanto lhe entregava o relógio, diga-se de passagem, era do meu irmão. Como o meu estragara a pulseira tomei emprestado um dos dele.
Como estava dizendo, enquanto lhe entregava o relógio lhe disse:
– Puxa! Estou vindo do trabalho!
Demonstrando raiva no falar o mesmo respondeu:
– Eu não estou nem aí pra ti!
E saí andando calmamente.
Se o garoto não estivesse armado eu teria respondido:
– Eu também não estou nem aí pra ti, pois fiquei com todo o meu salário dentro da mochila, mais o notebook, no qual contém dez anos de trabalho. Além dos originais de três livros já publicados, uma enormidade de estudos bíblicos, artigos, crônicas e contos, tem nele uma biblioteca virtual contendo os e-books dos meus autores preferidos!...
















Biografia:
Evangelista e músico! Livros publicados mediante demanda:Mecânica Quântica e a Bíblia, As Pedras Grandes e Benai Elohim e Nephilim
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