Dei de cara com um anjo
abrindo o zíper da manhã...
O sol, apressado, saiu a correr pelas campinas
falando alto e amarelo,
cada minúsculo grão de terra corou...
Cada cidadão desta cidade, apressado,
a correr pelas esquinas, silencioso,
falando mudo e descolorado,
cada músculo da face
inerte...
No alto da montanha, o poeta,
periscópio senhor dos aconteceres,
evitando evasivas, punha no papel
impressões grafitais e, embaixo,
ao assinar seu nome, trêmulo,
chamou-se urgência...
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