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Texto selecionado
DEPRESSÃO URBANA |
Paulo Sérgio Rosseto |
A depressão urbana
Não vai a noite à praça
Não passeia pela calçada
Não traz a seresta nos dedos
Nunca solta a voz
Não suporta a sombra
Teme o samba
Reserva-se da madrugada
Esconde os fantasmas
Dorme o fim de semana
Desconexa os novos rumos
Não reza medita ou se benze
Até brisa apaga seu incenso
Ninguém vê que não ri
Não se ouve seu surdo
Não canta nenhuma cantiga
Rebelde e só
A depressão urbana
É maçã sem perfume
Revolve-se nesse abscesso
Nessa demência, nesse reverso
A rigidez do absurdo não se suporta
Triste arquitetura que não se entende
Estraçalha seu avesso mambembe
E somente esse estado de morbidez
Arrasta, deprime, destroça sórdida
Pisa, caça, arrasa e a lambe
As cidades angustiadas erguem tanto
Que deprimem sua gente lépida
Em condomínios imaginários
Que as desfazem cidadãs
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Biografia: Paulo Sérgio Rosseto é poeta e administrador de empresas. Natural de Guraçai - SP, passou toda a adolescência e juventude em Três Lagoas/MS. Atualmente reside em Porto Seguro/Ba.
Livros publicados: O SOL DA DOR DA TERRA, MEMORINHAS - POEMAS INFANTIS, ATO DE POEMA E UMA CANÇÃO, CRÔNICAS ABERTAS - Poemas e DOCES DOSES DE POESIA - Aldravias - 2018. VERSOS de VIDRO e AREIA e também POEMAS QUE VOCÊ FEZ PRA MIM - 2019. |
Número de vezes que este texto foi lido: 52870 |
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Publicações de número 21 até 30 de um total de 151.
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