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Eu, vazio
Matheus Marcellino

Resumo:
Infeliz e desprovido homem, que em si não enxerga nada além de um vazio. Está em evolução e almeja conhecer outros lados da vida além da depressão que o sintoniza.

Se um dia me perguntares quem sou, terás a resposta:


Sou apenas um vazio procurando uma fagulha de luz
Uma poeira a buscar ambientação
O ressequir das folhas vivazes
A ausência do honorável juízo, por sua vez perdido


É neste ritmo mórbido que escrevo os maldizeres concedidos
Colocando no papel todo o martírio


Em verdade, não sou nada
Se já fui um dia, agora inexiste
Pois aquele que renega a própria essência
Por ora, morto já está


Quão fatídica é minha dor
Que inúmeras vezes tentei mascará-la
Sobre o ardume das minhas cicatrizes
Mas quando meu choro é a prosa da noite
O vazio e a tristeza são a harmonia
E do papel que é cravada essa lírica
Saem as moléstias


E se um dia me perguntares o que pensam de mim, terás a resposta:


Os que me insultam hoje voltarão a insultar amanhã
Os que se encontram longe, cada vez mais longe estarão
Julgam minha inábil capacidade de amar
Mas enquanto vibram em alegria neste mundo de mazelas
Eu danço em cima de suas simplórias cabeças


Ah, mas nessas idas e vindas de tanta gente
É prezada a maledicência
Cujo alvo é sempre o pobre
Que da luz se priva e do amor se distancia
Vem a se tornar, então, um iníquo vácuo


Mas não espero que lamentem por mim
Pois de um preocupar não sou merecedor
Também não espero que alguém se entristeça
Porque de tristeza já bastam os meus trovões
E minhas lágrimas, tão tempestuosas
São como flagelos a rasgar a epiderme


Mas oh, meu olhar é pálido
Sobretudo experienciado
E se dessa reles existência sou escravo
Ao menos verei o armagedom
E toda a perdição dos mais profundos agouros


É numa sintonia eletrizante da harpa da morte
Que começo a nublar esse céu
Segundo os meus pecados...


Oh, sou um andarilho despojado
Que vaga pelo umbral jamais acompanhado
Não fugindo de nada, mas procurando tudo
Pois sou o meu próprio algoz
O exilado dos exilados
Que em meio a tanta lamúria, tira mais inspiração
Porque o diabo em minha oficina está sempre a trabalhar


Nesse antro de desprazeres, me recorda Jesus
Traído pelos seus outrora súditos
Que na Judeia foi abatido por mãos romanas
E Barrabás, o miserável, foi liberto
Mas nessa existência não quero ser como Barrabás
Nem a santidade
Mas a dualidade
Finalmente, então, poder buscar o transcender
E equilibrar o instável que do caos emana


''Ó desventurado, por que tu és só noite?''


Ó povo, a luz do dia em mim não irradia
Sou como um abismo infinito e intangível
Singular e infligido pela escuridão
Porém enquanto ser um anseio da natureza
Buscarei ser dia
Sol e lua
Vida e morte


Mas eu, renegado, cantarei...
Cantarei sob o pesar das lágrimas
Nos bosques da minha perdição
Para que essa prosa funesta continue


Oh, quanto ao meu coração, este é inóspito
Um eterno inverno gélido
Espectro em sentimentos
Não amo e tampouco espero ser amado
Para todo sempre um viajante solitário
Que de tantas aventuras e desventuras
Hei de me encontrar nessa pífia existência


O céu enegrecido enfim chorará
E dessa penitência, não mais eterna, serei livre
Pois em carne sou fantasia
Mas minha alma é realidade
Quanto ao anseio de morte, por sua vez é efêmero
Mas quando for dualidade, eu, embora mortal
Não serei mais um mero vazio.












Biografia:
Apenas um jovem de 18 anos.
Número de vezes que este texto foi lido: 52802


Outros títulos do mesmo autor

Frases A Alma de um Viajante Matheus Marcellino
Poesias Eu, vazio Matheus Marcellino


Publicações de número 1 até 2 de um total de 2.


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