Ao crepúsculo
À hora do ângelus
Pérolas de poesia respingaram em minh´alma.
Luar delirante
Escorrem pelos meus olhos
Saindo do coração
Canto-te então meu amor
Pousam em tuas mãos as minhas
Serenas, meigas, num alento.
Estou em chamas - a saudade
Pousa aqui rápido ao peito
Tento fugir disfarçar
Tento buscar um alento
O que resolve um momento?
Já não suporto então...
Ansiedade, suspiro por mais vida...
Querendo ver o sonho, decido,
Afagar-te, amar e assim querido,
Mostrar toda a ternura, que em mim, há!
Essa saudade em mim arde
Sinto um desejo de ti minha amada
E nesse ângelus vindo
Sol a banhar-me então...
Quero o seu beijo ardente
Quero seu corpo em mim
E teu carinho inclemente...
Acolhe-te meu amado,
Desejo em franca ansiedade.
Madrugada, e o sol arde.
Vamos assim lado a lado,
A gozar felicidade.
Como se enfim, na verdade.
Um fim, não haja, jamais...
ANA MARIA GAZZANEO E GONÇALVES REIS
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