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Encontro no Riachuelo
T. Richter

Por um par de razões nós tivemos que ir até o Senac da rua 24 de Maio, no Riachuelo. Logo na entrada esbarrei com um velho conhecido. Já o havia visto por ali algumas vezes ao passar de carro, algo que de início foi uma pequena surpresa para mim.
     Eu o conheci no centro, na esquina da rua Buenos Aires com a Regente Feijó, bem no coração do movimentado Saara. Acostumei-me a sua presença muda por lá e não imaginei que houvesse outra cópia de “O Mascate” por essas bandas.
        Pensando bem, não era grande motivo para surpreender-me... temos no Rio de Janeiro um punhado de casos de esculturas em dobro... Quem passar pela Praça Mauá e avistar o barão no alto de seu pedestal vai acabar dando de cara com o Irineu mais uma vez, caso seus passos o levem a cruzar a apertada rua da Candelária. Lá estará ele, em frente à Casa do Empresário.
        Aliás, se nosso hipotético transeunte dispusesse de um pouco mais de tempo, eu sugeriria que ele entrasse por um momento nesse edifício. O mural com o deus grego Hermes no saguão de lá vale a pena ser visto. Aliás, falando nos deuses greco-romanos, também eles têm seus duplos pela cidade.
        Os originais em mármore das quatro divindades que ornamentavam o Jardim Suspenso do Valongo estão agora em outro jardim, o do Palácio da Cidade, lá em Botafogo. E o quarteto de deuses ainda está pela Saúde, ainda que, nesse caso, seja pó de mármore e cimento branco que lhes dê a forma no velho Valongo. Não acho que os antigos helenos se espantariam com isso... talvez até falassem que seus deuses podem aparecer onde quiserem, e, caprichosos como são, por que não em dois lugares ao mesmo tempo?
        Não é o nosso caso, meros mortais cariocas... precisamos sair correndo do Senac para cuidar de outros assuntos em outros cantos. E o pior é que nossa ida ali acabou não servindo para muita coisa. De qualquer forma, tem vezes que é bom ver um rosto conhecido por aí.
                                  Janeiro, 2018

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