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Dois olhos, dois velhos
Sergio Ricardo Costa




                                Dolentes segredos
Jamais haverá
Sentimento de morte
Completa
Por meio de arte divina,
Ou como fazer
Labirinto e silêncio,
Ainda a despeito das últimas datas;
Um sonho que fosse constante, entendido
Por mais que o creia (e disforme escapa)
Tão vesgo no olhar,
Incapaz de mudá-lo

Assim,

Seu encanto merece os aplausos,
Assim ou assado,
Merece os aplausos,
Merece o respeito,
Tem uma vertente
Exata e pretende sorrir para a vida
Afeita ao que é doentio (ou perda)
Capaz de guiar sua essência sincera,
Direto ao assunto,
Convicto seja
Ser sua e não quer algo mais inquietante
Que o próximo março trazendo surpresas

Tristonhas,

Por fim, integrais, nas palavras:

Viver como arte de uma pessoa
Doente dos olhos, supor que não seja
Doente da mente, viver no presente
Chorando também, de saudade ou tortura
Ou uma absurda virtude, que havia,
Coberta de sonhos ou nomes de sonhos,
Ou datas levadas daqueles que amam,
Um dia a mais do futuro, com uma
Saudade — e tortura! –

Ou um pouco de nada

Que mundos acabem estando presentes:
Saída perfeita ou até enganado
Tentando enganar que mereça o corpo,

Às vezes palavras, às vezes vingança

(Capaz de guiar sua essência — ou quimeras...)
Começa do zero, começa do nada,
Completa o roteiro, conclui lentamente
Que quer aprender a perfeita inocência,
Teimoso e insiste, na cara, nos olhos,
No mundo talvez destruindo a imagem

Correta que encontra bem longe do mundo,

Alguma doutrina de algozes bondosos;
Ou, mesmo incapaz de causar recomeços
E ser inflexível apenas,
(Dois olhos
Que sonham,
Por último arcar com que sonham),

Só pode existir.



Biografia:
-
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