O coração do povo é um toco colado ao sapato,
Que o pisou.
Também antes com um pontapé,
Inesquecível, bem ao contrário
Da agulha,
Não vai sem caminhar
No ar,
Uma vez a flutuar,
Sem horizonte,
Como pessoas
Costumam voar,
O coração
Vazio,
Para trás do coração
E da certeza própria;
Vacila
Em volta das nuvens,
É canção
Sem fim,
Logo atinge infernal
Escuridão diante de tudo
(Ou vai se matar) sem emitir
Um som,
Como o povo, que ao bater
À porta:
Mãos abertas e pés descalços,
Diante de um rei
Malsão,
Dão-se muitos (!) dos ais dos seus
Desmandos sempre mais.
Cordial
E limpo,
Cem homens vão ao chão
E mais não conseguem perceber,
Que é a perda a única luz
Que o otimismo, singular,
Não quer posto
A ter explicação,
Da vida seja mais oportuno,
Tornar impossível duvidar
Que não se viva hoje e amanhã
A ausente era para o pecado.
Surgindo no ar, um furacão —
Do mal,
Vem à noite construir
Prisões gratuitas feitas de vento
E falta de paz,
Os corações;
Terão fim diante da visão,
Tornada seca ante dois passos
Contrários.
Mas uma perfeição
Do que há o único autor da vida,
Um pouco mais invisível,
Provado, que o povo (que) é um cocô!
É, então,
Preso longe de qualquer
Roteiro triste e a grande jornada
Secreta, que não perca de algum
Olhar triste,
Mesmo a aceitar
Da vida,
O olhar imprudente
Que avisa
Que tudo terminou
E após isso,
Nova condição
Até aqui distante em torno
Garboso no ar,
A esperar
À luz morta, qual boa explicação
Da vida.
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