ARNEIROZ AUTÊNTICO
Ô meu Arneiroz,
Cidade do meu querer
Tenho orgulho de ti
E é aqui que quero sempre viver!
O teu povo tem cultura
Que dá orgulho de conhecer
Tem linguagem e estilo próprio
Assim como de fato deve ser.
Há nomes que ninguém usa
Se recusa em dizer
Por exemplo:
Rua, avenida, centro...
Inventa então, outro dizer.
Aqui ninguém vai ao centro
Se diz vamos descer
Ou todo mundo sobe
Conforme pra onde seu locomover.
Quando querem subir
A linguagem é uma só,
Ou vai pro Alto do Santo Antonio
Ou pro Alto do Viana
Ou então pro Alto da Labigó.
Você pode estar achando estranho
Feio ou até bizarro
Mas isso é verdade
Aqui na nossa cidade
É como se chama bairro.
Rua aqui se chama beco
Onde alguém entra e sai
Quando se pergunta por um sujeito
Ou quando se pergunta pra onde vai
Ai não tem outro jeito
Todo mundo responde
Vou, ou vi subindo naquele beco.
Aqui não tem babado
Aqui tem B.O
Se quer ficar informado
E não perder nenhum
Vá pra esquina da praça
Lá sempre tem “bizum”.
Dizem que somos ignorantes
Mas somos simples e gentil
Mas também não somos santo
Quando alguém se queixa de alguma coisa
Abre logo seu” berriu”
Diz logo um “arre égua”
Ou vá pra puta que pariu!
Aqui não tem mercado
Ninguém faz mercantil
Mas todo mundo faz compras
Isso é fato que não se nega,
Quem ainda não comprou uma “japonesa”
Com certeza numa “budega”!
Chinelo aqui é “azapragata”
Suas tiras são “cabresto”
O botão de baixo é “biloto ou pinguelo”
Houve até o tempo das “Angelinas”
“Currulepa” de pneu,
Pé de caba aqui sofreu
Com esse tipo de chinelo.
E quando esta se desmantela
“Mermo” em cima da ladeira
Dá-se um jeito sem reclames
Empurra logo um prego
Ou um pedaço de arame.
Todo mundo aqui já fez isso.
Aliás, salvo os “plays boys”
Ou então as “madames.”
Mungunzá é “macunzá”
Caldo de peixe com farinha é “pirão”
E quando é hora de jantar
Aguça-se o paladar
Com o gostoso baião-de-dois
Com o “bife do oiâo”
Biscoito aqui é “bulacha”
Creme dental é pasta
Pano de prato é “rudia”
E partida de futebol é “raxa”.
Nosso povo é mesmo arretado
Percebe logo pelo palavriado
Pelo vestir e pelo “cumer”
Há o pobre, há o granfino
Somos nordestino
E temos o nosso jeito de ser
Visite nossa cidade,
Conheça nossa gente
Nossa cultura,
Nosso lazer...
Somos humildes
Mas temos muito a oferecer
Uma coisa eu tenho a dizer
Quem vem aqui não quer voltar
Quem volta sente saudade
Pois nós temos o prazer
De servir com vontade.
Pois conheça minha cidade
Pequenina e amada
Valorizada por todos nós
Chama-se “cidade da paz”
O município de Arneiroz.
Derlanio alves
21/11/2017
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