Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Poucos passos, pronta (e louca) a própria Lua
Sergio Ricardo Costa




Clara e fria cobre as ruas e é difícil
Como rumo ver completa a sua casa
Nua e sem amor capaz de abrir-lhe as portas
Para nada neste mundo frio e outra
Queda brusca entre pedras,
Sua queda
Surge em dobro sobre a terra firme e seca:
Neste estágio, flores vivas batem palmas,
Seguem rindo e o mundo não sossega e a lua,

Mais que a lua mais bonita, vaga sobre

Altas torres cinzas.

Mil cachorros latem
Pela rua fria e bem mais reinos guardam
Cenas, bem mais reinos, não os nossos, dormem
Este sono fundo nestas sombras densas
Entre as pedras e um pouco mais.

Acaso
Pedras, têm profundo inferno? Acaso homens,
Vêm chegando pelo ar? Ou, acaso, perto
Poucos passos, pronta (e louca) a própria Lua:
Quantas vezes há um mundo, há um fato;
Ou murmúrios? Venha o homem preso ao sonho
Ser a sua sorte certa, pura noite
Sobre a lama torpe e escura.

É a prova
Franca e tonta em frente aos olhos: bom seria
Ter cuidado, bom seria ser humano,
Bom seria ter certeza como homem
Firme, preso ao chão depois de tantos passos.

Dois humanos nobres postos lado a lado
Vão e voltam.

E eis que surge mais silêncio,
Frio e frio desde sempre, mesmo quando
Vento leve e vidro e pedras frias sentem
Falta destes homens, tantas vezes mortos,
Tantas vezes, duramente e tudo cala,
Como impróprio quadro: sol bem frio, quando
Crê que ainda hoje o sol é quente.

E quente
Segue sendo o velho mundo a poucos passos,
Tantas aves, juntas, fazem vista sobre
Toda a Terra e movem suas sombras mortas,
Como fossem bem fixadas ante os olhos.

Desde sempre o próprio ser parece menos
Livre além da porta.

Há alguma coisa
Tendo fé em seu lugar.

E sem promessas,
Sem surpresas, sem aviso, traz tristeza.

Traz tristeza e olhos negros, dura e crua
Vida nisso.

Ou um pouco mais que vida,
Muda o rumo, morto e mudo a poucos passos,
Pronta e louca a própria vida, a própria morte,
Hoje, sobre o chão incerto quem prossegue
Sendo um de nós,
Rapaz:

— As aves, onde estão?

— Não sei: Que sentido faz querer morrer e ir para o céu que eu não imaginava?


Biografia:
-
Número de vezes que este texto foi lido: 52885


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Tem um produto Sergio Ricardo Costa
Poesias Alma de sua alma Sergio Ricardo Costa
Poesias Ah, como eu sei exatamente como é Sergio Ricardo Costa
Poesias No fundo do poço Sergio Ricardo Costa
Poesias A última viagem da vida Sergio Ricardo Costa
Poesias Tem feito Sergio Ricardo Costa
Poesias Memória de esperar Sergio Ricardo Costa
Poesias Tenho fome, tenho sede Sergio Ricardo Costa

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 201 até 208 de um total de 208.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
🔴 Entre meias e gravatas - Rafael da Silva Claro 3 Visitas

Páginas: Primeira Anterior