Se alguém for algum dia for escrever a nossa história
Ela será uma tragédia realizada em três atos
E celebrará o triunfo do cinismo sobre o amor
No primeiro ato você me seduz
E, inocente, eu tento resistir
Como se fosse possível a um burocrata
Resistir aos seus sorrisos
Digladio. Finjo que não vi. Em vão
O segundo ato é a sua conquista
Me coloca em seus pés, pois agora você é a senhora do meu corpo
Ele responde aos seus comandos, procura a sua pele
Suas curvas
Seu ventre
E entre amores, humores e sussurros
Eu me jogo
Já ciente de que o desfecho será trágico
E por fim, o terceiro e último ato
Você saqueia a minha alma, e vai embora
E Repentinamente
Deixa meu corpo sem comando: não há mais amor ou humores, não ouço mais sussurros
Só há a sua ausência
E agora sigo, desconfiado e triste
Como todos que provaram o amargo gosto
De um amor cínico
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