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Conta-se sobre uma menina de lenço que vendia doces e alegrava crianças. Menina simples, de jeito humilde e que por usar um lenço parecia estar triste. De lenço rosa na cabeça e vestido embranquecido a menina sorria quando via um amigo.
Ela ouvia os passos de dentro do quarto, era alguém que sozinha esperava um abraço. Ela acreditava que um dia, ia ter um agrado e sonhava com o dia que do lenço de vez desfizessem o laço. Nos doces que vendia ela via magia e na vida sofrida encontrava alegria.
Toda voz que ela ouvia só falava de morte, mas sabia que a fé, nunca era ter sorte. Muitas vezes da vida ela fazia uma dança, a menina de lenço não perdia a esperança. Ela amava seu jeito, mais ainda os cabelos que foi preciso tirar junto com um dos seios.
Toda rua sabia que a menina de lenço estava enferma na cama já fazia algum tempo. E só viam no leito o peso desse mundo, já ensaiam seus pêsames para os dias de luto. Mas um dia a menina já sem forças ouviu, que seu lenço sem laço no seu quarto caiu.
Ela não entendeu, mas com a fé que ela tinha aprendeu que esperança só existe em vida. A menina da voz que hoje vende doces e alegra crianças, aprendeu que só morre, quando acaba à esperança.
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