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SHOW DE HORRORES
DIRCEU DETROZ

Num artigo publicado no site UOL pode ser lido que a expressão “delação premiada”, atualmente ouvida dia e noite no Brasil existe desde a Idade Média. Durante Inquisição, uma caçada dos católicos às bruxas, foi a primeira vez em que se usou a delação premiada em longa escala.

Para evitar de arder nas “fogueiras da fé”, o último ato da tortura física e psicológica era a entrega dos comparsas no crime. Claro que, em se tratando da Inquisição, certamente pouquíssimos delatores tiveram um fim que não fosse a fogueira. Afinal, quem se rebelaria contra a “vontade de Deus” escrita na Bíblia.

No Brasil, o primeiro conceito de delação premiada data de 1603. Uma lei espanhola e usada na Inconfidência Mineira. Os livros de História não contam, mas Joaquim Silvério dos Reis delatou “Tiradentes” para ter sua dívida com a coroa perdoada.

Silvério dos Reis foi agraciado ainda com outros prêmios. Dois anos depois viajou a Lisboa e recebeu o foro de fidalgo da Casa Real. E não terminou por aí. Passou a receber uma pensão anual de quatrocentos mil reis. Teria sido Silvério dos Reis o Joesley Batista da Inconfidência?

Historicamente corremos um risco ainda maior. Foi uma delação premiada quem criou um dos nossos “heróis nacionais”. Certamente não desejo para as novas gerações de brasileiros passeios no “feriadão do Lula”. E pensem. Além de herói, ainda com uma imensa possibilidade de ser canonizado. Afinal...

Talvez, em países com poderes sérios as delações premiadas possam ser ferramentas para promover justiça. Não é o caso do Brasil. Aqui depoimentos de delatores e delatados se transformaram num show de horrores. Os primeiros tentando um modo de sair da prisão. Os segundos tentando evitar irem para a prisão. Nada além disso.

Nessas tentativas, tanto delatores como delatados zombam da justiça como se estivessem contando piadas num churrasco de final de semana. De repente, são todos mentirosos contando mentiras sobre as pescarias do outro. Uns são frios. Outros tão calculistas que até exageram no tamanho do peixe.

Acredito que no Brasil a corrupção caminha para um desfecho inusitado. Delatores e delatados além de continuarem livres, viverão com uma pensão paga em dia pela corrupção. Delatores e delatados novamente “amigos”, serão convidados para churrascos e piadas sobre juízes. Se as piadas forem sem graça, rirão dos brasileiros.

É possível que haja também entre uma cerveja e outra, algumas brincadeiras diferentes. Do tipo “concurso do melhor inventor de frase de efeito”. Quem sabe a criação de um pacto. Usá-las estritamente nas gravações dos shows de horrores.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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