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La vie en rose.
Gabriele Oliveira


Quando rompeu-se o ano de 2016/2017 eu tava na varanda de casa com meus pais, tomando um suposto champanhe brindando com eles o ano novo, meia noite e meia estávamos já deitados e prontos pra dormir, lembro que eu pensei muito o que me esperava, mesmo eu não tendo depositado nenhuma expectativa, feito nenhum plano. Eu cogitava a possibilidade de ser só mais um ano em que eu era sempre eu, um sujeito otário pra mim e gente boa pros demais, mais um ano e só. Cogitei produções acadêmicas, mas eram só cogitações, então logo fui dormir. No dia seguinte, tudo continuou sendo a mesma coisa, sendo o mesmo, sendo tudo do mesmo jeito, cama no mesmo lugar, coração bagunçado, programação da tv bem morgada, meu cachorro deitado na cozinha, tudo acontecendo cerimoniosamente igual, até que meu celular quebrou.
Achei foda passar 4 meses sem contato virtual, não que isso tenha mudado algo, mas começou tornando o meu 2017 diferente, era massa responder as pessoas por e-mail, era engraçado, me sentia adulta ou em 1900 e casetadas, me sentindo uma velha, o mais engraçado foi responder as felicitações do meu aniversário por e-mail, dava preguiça, mas...respondi todas, cautelosamente e com muito carinho. Nesse meio tempo, meu cachorro morreu, meu cabelo cresceu um pouco mais, aprendi a tocar uma música nova no violão, li mais livros do que cogitava ler, fui mais eu do que costumava ser. Dias depois do meu aniversário eu ganhei um celular novo, vida virtual atuante novamente -eu tinha esquecido como se usava instagram-, passou-se um mês depois do dia do meu aniversário, até que um "Tu precisa conhecer uma pessoa" apareceu como mensagem de texto no meu whatsapp, minha reação foi: beleza, vou aceitar a solicitação do instagram.
Aceitei. Foi aí que tudo começou. Eu respondi um stories dela sobre Frida Kahlo e logo depois a gente começou a puxar assunto e quando nos demos conta estavámos falando sobre Van Gogh, eu indiquei de cara pra ela um filme que sou apaixonada: "Modigliani" (que tenho certeza que até hoje ela não assistiu), falamos sobre de tudo um pouco, séries, aliás, 2017 foi o ano que me fez mudar a minha concepção sobre séries, graças a ela assisti a primeira e única temporada, de uma, e uma temporada, das 22 (acho), de outra. E sim, decorei todas as músicas de Rubel. Ela ama Rubel.
Voltando. Nós criamos teorias, questionamos o comportamento de algumas pessoas, e cogitamos a noção de a nossa história ja ter sido escrita e a gente tá vivendo aqui de besta, alguém do futuro ja saber de tudo o que vai acontecer, sei la. Louco isso, não é? Eu sei.
Lembro da primeira vez que a vi, não que faça muito tempo, mas lembro! Ainda guardo comigo o pacote vazio (claro) de jujubas que ela me deu. A gente já falou sobre muita coisa, ela me fez gostar de how i met your mother já na primeira temporada (que só assisti essa porque a netflix não cooperou muito), ela sabe sobre meus sobrinhos, sobre meu cachorro que faleceu, sobre a minha mãe e a sua estranha mania de cozinhar o tempo todo, ela sabe sobre a minha teimosia de tentar dar conta de tudo, ela sabe a minha banda favorita, ela sabe sobre o projeto social que participo. Ela já me viu tocar Paulinho Moska, com o violão desafinado e uma voz sem ritmo.
Meu 2017 nem terminou, e isso pode parecer algo ansioso de minha parte, embora faltem 3 meses para ele ir embora, mas o fato é que ele foi mais do que imaginei, e eu não sei aonde vai parar isso tudo, não sei se será necessário parar, não sei se será necessário nomear essa coisa bonita que 2017 me trouxe, mas o que eu sei é que muito aprendi e que devemos lançar o barco contra o mar quando as coisas estiverem pesadas demais, que o tempo é aquela pausa para um novo capítulo como nas melhores histórias dos livros e que nós, com a nossa existência, não passamos de meros coadjuvantes na esplendorosa exibição do universo. No meio de tudo isso, o que sei é que sou um sujeito muito grato por tê-la conhecido e que ela é um ser humano incrível demais para caber nas entrelinhas desse texto.

A gratidão muitas vezes ultrapassa o sentir. E é exatamente isso o que acontece quando estou com ela. Eu a sinto tanto que mal consigo expressar o quanto.

Senti-la em mim me fez melhor.
Portá-la em mim me fez maior.

Obrigada por isso.





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Crônicas La vie en rose. Gabriele Oliveira


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