No dia minha alma queima
A luz invade as brechas do meu corpo
Meus demônios estão mortos
Sobrevivo a cada dia, não vivo
Ando por aí inflamada pelo meu dia-a-dia
Ando almejando ser curada por sorrisos
Nesse dia eu morria
Ninguém me sorria
Na noite eu era a poeira
Resto de fracassos do dia
Meus demônios estão vivos
Cama de ilusões e tormentos
Eu sou a tormenta
Travesseiro de sonhos quebrados
Eu sou a tormenta
Cobertas de lágrimas
Eu sou a tormenta
Guerreando contra as sombras da destruição
Eu sou a alvorada negra
Eu sou todos os tons mais dramáticos
A escuridão é voraz
Ela me consome aos poucos
Minha eterna amante
Destruidora, encantadora, perseguidora
Juntadora de catástrofes
Esmagadora de pessoas
E no calar da noite
Gritos que não são ouvidos
No corte da madrugada
Abraçada pela luz do amanhecer
Pesadelo vivo e ávido
Sou o refrão de uma música que nunca foi tocada
Sou o incompleto do que não se pode completar
Alma molhada, mais um dia pendurada no cabide na existência
Por quanto tempo?
Meu corpo é lentamente arrastado para os pés da morte
Estou dançando, estou bebendo, estou comemorando minha futura morte.
A noite vem de carruagem e trás consigo o tormento para a tormenta.
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