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Entre o ideal e o real encontrei você
Aleuda A. Ferreira

Resumo:
Uma jovem chamada Victória dormia em plena aula de matemática e sonhava com um lindo momento. Momento este que apareceu-lhe como real, e ela, ainda adormecida pelo medo deixou passar.

Entre o ideal e o real encontrei você
Era tarde de domingo e passeávamos pela encosta de um lago. O sol estava pleno. Os pássaros cantavam e com isso fui me afastando do resto da turma. O tempo propiciou um momento de êxtase. Por um instante pensei estar flutuando. O brilho do sol refletia e se espalhava arrastado pelas pequenas ondas que se desenvolvia através do vento em contato com a água. Alguém atirou uma pedra e me despertou.
--Estarias perdida? (sussurram no meu ouvido). Entre as copas de uma das árvores, as quais me apoiaram, vi-o pegar um fruto, e mansamente mordê-lo. Não o conhecia, mas aquele jeito simples de um camponês me deu segurança para confiar naquele estranho. Estava totalmente enganada, pois sempre me disseram que estranhos são perigosos... Embora meus amigos sempre me achassem estranha e nem por isso se afastaram de mim. Contradições à parte, perguntou-me o nome, não respondi. Sempre fui medrosa o suficiente para não deixar nem marcas de minhas letras por aí. Insistiu e, mais uma vez permaneci calada. Ele sorriu e perguntou se eu queria ajuda. Respondi que não.
Eu não tinha percebido, mas o tempo estava passando. O sol já esfriava e os pássaros iam em direção ao horizonte. O meio dia passou como a dor de dente depois da anestesia e minha insegurança foi ainda mais forte. Olhei-o claramente e perguntei a hora. Ele respondeu que em questão de minutos o sol visitaria a outra parte do planeta. O fato é que aquele clima calmo e toda aquela beleza natural teria invadido meu corpo. O tempo passou tão rápido que eu tinha até esquecido de fazer o relatório da aula de campo. Ele olhou-me de novo e disse:
-- Qualquer que seja seu nome, eu sei que está perdida.
-- Como assim, perdida.
Eu já tinha ate imaginado as pessoas me procurando e encontrando apenas meus pertences. Esse negócio de ser antissocial estava tendo resultados bruscos. O jovem ainda me olhando retrucou:
-- Moça, você não pode ficar aqui! Este lugar é perigoso demais para você resolver acampar ou seja qual for sua intenção. Eu não vou te matar, e muito menos tive essa intenção.
Eu comecei a chorar. Ele envolveu-me nos seus braços. Mas senti meu corpo esmorecer e... Acordei com um belo par de olhos azuis me olhando. Com todo aquele silêncio envolto, fiquei tentando lembrar o nome dos anjos e associar aquela beleza que estava diante de mim.
--Vic! (gritou meu professor de matemática). Dar para você me explicar este último conceito?
Eu realmente não estava em um bom dia, mas o professor Thor fez questão de me trazer de volta à realidade. Levantei e sai da sala, em seguida o sinal tocou e fui para a parada de ônibus. E antes que ele chegasse um reflexo esquisito chegou até meus olhos fiquei tonta e Augusto segurou-me.
--Victória, o que você andou bebendo?
Nesse instante o ônibus chegou e sentei longe de meus amigos, com fone no ouvido, sem escutar música alguma. Adormeci por um instante e quando acordei estava encostada em um ombro, forte, cheiroso, que me disse:
-- Vic, você perdeu o ponto de parada, não te acordei porque também queria perder o meu.
--Como sabe meu nome?
--Alguém tentou te acordar e... Como eu já te conhecia dos meus sonhos deixei você ficar mais um pouquinho do meu lado. Enfim, têm pessoas que a vida não coloca para serem reais na nossa vida. Acredito que você seja uma delas.
Levantei correndo e pedi que parassem o ônibus. Desci e peguei um táxi. Hoje, depois de três anos daquele encontro, sempre saio mais cedo da sala e vou até o ponto de ônibus. Sento na última poltrona e coloco o fone de ouvidos e mesmo assim não consigo mais te encontrar. Confesso que já perdi duas matérias dormindo, a fim de te encontrar nos meus sonhos. E, todos os domingos, vou até a encosta do lago tentando me perder para lhe encontrar, mas te rever de novo está difícil.
Aleuda A. Ferreira, 26/08/2017.








Biografia:
Aleuda Ferreira,uma apaixonada por versos e por textos diversos.
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Crônicas Entre o ideal e o real encontrei você Aleuda A. Ferreira


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