Amiga
Amiga,madrugada alta e eu aqui.
Não é insônia, não,
Muito cedo eu dormi.
Vim te agradecer a lembrança.
Por que não o fiz quando a noite,
Caindo, ainda era criança?
Sei lá! Meus momentos são dispersos,
Desorganizados, cabeça em sonhos,
Brinco com palavras, faço versos.
Versos de sentimentos puros, ingênuos,
De sonhos medidos, palpáveis,
Realizáveis, factíveis, pequenos.
Não sou bem eu que os faço,
É minh’alma dolente; sentimentos saudáveis,
Sondáveis, peculiares na alma carente.
Rimas aleatórias, às vezes sem rima,
Sem graça, sem som, sem nada.
A metrificação, por incapacidade, ignorada.
Mas a inspiração, quando vem, me anima.
Anima-me e o versejar me acalma.
Então, com as palavras eu brinco,
Suprindo a carência da alma...
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