A moldura ainda crua sobre o cavalete,
O artista busca as primeiras retas
para ilustrar a tela da dor,
No corredor da última viagem.
Sobre a tinta vermelha; viva da morte.
O corpo estendido e abatido
pelo tiro da violência
e ignorância humana.
Um ser tão querido,
por sua alegria,
delicadeza
e experiências da vida.
A imagem apagada
com a borracha da brutalidade
e do medo da qual somos
todos reféns.
Neste momento pensativo e apreensivo
com o que mais virá, o artista emocionado,
Arrisca os primeiros traçados
para ilustrar tanta dor.
Pois a tela é bem maior,
seja qual classe for.
Todos estamos sujeitos,
do fundo do peito,
A perder a cor, a perder a vida.
E a bala ainda que achada,
pode ser a bala perdida
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