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SOU SÓ
Derlânio Alves de Sousa

SOU SÓ

Sou o vento que sopra
Do leste ao oeste
Do norte ao sul
Sou eu quem esfria
A superfície terrestre
Sou filho do Nordeste
Irmão do Norte e do Sul
Citadino e campestre.

Sou a chuva que cai
Numa tarde de verão
A brisa do mar
Em noites cálidas
Inverno, relâmpago e trovão.

Sou folha seca
De fim de inverno
Flor sem caule
Time sem terno
Palhaço sem graça
Fogo, brasa e fumaça.

Sou lágrimas caídas
Dos olhos de quem ama
Um peixe fora d’água
Um bêbado sem mágoa
Água, terra e lama.

Sou um olhar de alguém
Em plena paixão
Sou o calor do aperto de mão
A energia incandescente
De um beijo na boca
De um abraço irmão.

Sou a nuvem que passa
No céu do Saara
Sou a gota d’água
Que fica no solo
Sou o remédio que sara
Sou a fé de Apolo.

Sou a terra e da terra
Sou paz e guerra
Areia e argila
Céu e mar
Lago, várzea e ilha.
Igreja, sacristia e altar.

Sou negro, mulato e branco.
Letra, melodia e canto,
Instrumento, ritmo e som,
Encontro, desencontro
Encanto e desencanto.

Sou algo dito e não dito
Bem dito e mal dito
Verdades e mentiras
Feio e bonito
Convenções e conceitos
Falho e perfeito
Torto e direito
Topázio, diamante e safira.

Sou grão, fibras e pó.
Pão, prato e migalha
Ferro, fogo e fornalha,
Alguém, ninguém, sou só.

Sou amigo do inimigo do mal
Sou o tal no realizar do meu eu
Sou frágil, temido, destemido,
Não entendo que lado é o meu.

Só sou só.

                    Derlânio Alves


Biografia:
Derlânio Alves de Sousa, nascido em 04/01/1976 no município de Aiuaba CE, filho de agricultores, Eneas Alves e D. Santa, é professor de Língua Portuguesa, tem pós-graduação em Língua Portuguesa e Literatura brasileira.
Número de vezes que este texto foi lido: 59437


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