Eu não tinha este rosto tão desfigurado pelo tempo
Pensativo, tristonho, magro e sem esperança.
Nem estes olhos mortos, vazios e sem brilho.
Nem este lábio seco, amargo e calado.
Que não balbucia quase nada
Eu não tinha estas mãos enrugadas, sem força, sem vida.
Tão inertes gélidas e quase mortas;
E não tinha este coração amargurado
Que não reage a nada, que não tem nenhuma emoção.
Somente recorda da tristeza e solidão
A vida passou ligeiramente e tudo mudou bruscamente,
Tão rápido, tão incerto, tão efémero.
Em que espelho ficou perdido
A minha face desfigurada pelo tempo?
Somente o destino dirá.
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