Pobre fonte!
Deu à luz um rio
e o rio foge
e não volta mais .
E todo dia
um outro rio surge,
é mais um rio
que não volta mais.
A fonte chora
e vão nascendo rios,
são todos rios
que não voltam mais .
E na esperança
de que o mar se canse
de tantos rios,
que não voltam mais,
a fonte cresce
e nasce um novo rio –
Um outro rio
que não volta mais.
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Eu sou a fonte,
A ilusão, um rio,
Que nasce e foge
E que não volta mais.
Rio, 21/05/1965
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