“Le seul bien qui me reste au monde
Est d´avoir quelquefois pleuré.”
Alfred de Musset
E então chovia
E eu me extasiava
Com toda aquela beleza
Que corria
Pelas sarjetas,
Pelas vidraças.
Com toda aquela água
Que caía,
Que dançava,
Que morria.
Hoje a chuva
Só me traz lembrança
Da esperança,
Que um dia tive
E que não tenho mais.
E esse nó na garganta
Que me prende a alma,
Que me rouba a calma,
Que me faz tão só.
Já não mais aquela beleza,
Mas a tristeza
De uma chuva continua
Que não escorre na rua,
Mas que me nasce no olhar.
Rio, 04/11/2012
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