Pó,
Poesia muda,
Desta vida mouca em seus contrastes,
Detritos desta existência absurda,
Calcada de rastros vis,
Forjas imundas de gentilezas,
Em seus laços de morte,
Aos consortes sepulcrais,
Vertendo injúrias insaciavéis,
Ávidos demônios,
De bocas infestas,
Devorando-se loucamente,
Em seus velórios híbridos,
Sagrados profanos rituais,
Tragicomédia aos olhos afogueados,
Paralelo inferno de almas santas,
Em seus altares de vento,
Elevando seus cálices tempestuosos,
Levante de horrores capitais,
Vozes famintas de escuridão,
Em seus tons maledicentes,
Cantos de escárnio iludente,
Convite maculado de covas decadentes,
Vasto deserto de ignobéis parasitas,
Em seus refúgios enigmáticos.
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