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Status Report
O fim da linha
Ana Carolina

Resumo:
Após dois anos de romance o dia começa estranho, vários sinais são interpretados mas nenhum são suficientes para um amor proibido. O fim da linha...


Coração na boca! Como havia previsto. Receber uma mensagem dizendo que queria me encontrar depois de tantos dias longe foi tão bom! Pensar nos dias anteriores, em cada foto, em cada dor que isso me causava era torturante. Saber que vc sorria e estava feliz sem a minha presença era desesperador. Queria na verdade que cada sorriso seu fosse por mim! Me afastei, respeitei seu tempo e seu momento. Pode ter sido um erro, pois a cada passo que eu dava vc se tornava mais distante de mim. E pensando mais para antes, a tristeza e desespero que me rondava era para me preparar para os dias de hoje. Voltando para aquele dia do nosso encontro, desço o elevador com as pernas bambas, como eu amo esse cara! Como é incrível sentir isso! Entro no carro e sinto um leve tremor nas mãos, viro P retrovisor para meu rosto e ajeito meu cabelo para saber se eu estava como vc gosta de mim, bem descabelada. Num surto de loucura passo as mãos nas bochechas e testa para tirar o excesso de maquiagem. Coloco a primeira marcha e subo a primeira rampa. Respiro fundo e sinto a tensão que toma meu corpo. São os efeitos da imensidão de sentimentos que me transborda. Subo a segunda rampa e presto atenção nas borboletas no meu estômago. E penso, é isso, é isso que eu sonhava. É disso que eu precisava! Mesmo depois de 2 anos, sentir todos os efeitos de como se fosse o nosso primeiro encontro. Esqueci de tudo, dos dias passados, dos choros escondidos, das preces em tom de desespero. Esqueci completamente do mundo lá fora, de tudo e todos que me cercavam. Dos problemas e dos desafios que estou enfrentando. Só me bastava te ver, te tocar, te abraçar! Estar dentro do nosso mundo que cabia só a gente dentro do seu carro! Mas voltando a algumas horas antes, um medo me atormentava. Vc estava frio nas mensagens, e ao enviar um texto mencionando a saudade que me corria vc me respondeu um simples "2". Como um número pode ser duro! Nunca havia recebido isso de vc, um frio na espinha e logo um pensamento: ele deve estar dirigindo... Mas cvs muito quando estamos dirigindo e nunca vi um número representar qualquer coisa entre nossas cvs. Voltando mais algumas horas, quando da minha saída de casa, nas minhas inúmeras conversas com Deus eu me perguntei: e se não for a vida que estou proporcionando a ele a sua escolha?! Como eu reagiria?? É tudo foi minuciosamente ensaiado. Desde o choro contido o peso das consequências e de meus atos. O silêncio e falta de força para reagir. Sem desespero, sem palavras baixas, sem emoção que me é tão característica. Agirei como uma muralha! Silenciosa e firme! Foi essa minha decisão.
Mas logo veio as promessas e loucuras que fizemos juntos, as coisas que gostamos de fazer são tão comuns, a facilidade como eu tiro um sorriso do seu rosto de turrão com minhas idiotices e brincadeiras. Não, ele não abriria mão de todo o amor e felicidade que temos tanto sonhado. Mas será que era um sonho só meu? Ele permanecia no mundo real, não demonstrava as rotinas que poderíamos ter. Mesmo eu insistindo duas, três vezes. Mas apesar da dúvida, só conseguia ver o meu amor por vc. Era acima de tudo e todos, era suficiente o bastante para eu sonhar sozinha e me sentir feliz assim.
Agora sim, falando das borboletas, lá vai eu rumo a felicidade... Uma rua sem alma, onde o primeiro beijo à-encheu de cor e prazeres. Paro o carro e não te vejo por perto. Ajeito o cabelo mais uma vez, despenteando a confusão que eu me encontrava. Ele gosta assim! Penso em tudo que fiz na ausência dele e digo, fiz direitinho ele vai se orgulhar de mim! Como quero que seja pra sempre! Como quero respeita-lo e seguir ao seu lado por várias e várias vidas!! Vc chega, olho no retrovisor vc estacionando e constato que vc é tudo que eu preciso! Que Deus me deu a graça de me deixar encontrá-lo. Que não sei nada do que realmente preciso, que mesmo pedindo uma coisa, tirei a sorte grande de ter outra, e que essa outra me faz muito mais realizada e feliz. Mas algo está estranho, pelo retrovisor vejo sua feição, vc coloca a mão no queixo, como num misto de tensão e preocupação. Achei que era a situação, o fato de sair de casa rapidinho era o suficiente para deixá-lo assim...
Me lembro perfeitamente que desconcertada sai do carro, peguei a bolsa, coisa que nunca levei para o seu carro em nossos encontros, o celular e a chave eram suficientes! Peguei a bolsa para apertar a alça, uma forma de tentar esconder o turbilhão de coisas que me assombrava. Desci do carro e me virei para vc, não pude evitar o sorriso que me fez mais uma vez esquecer de tudo. Vc me deu um meio sorriso, peguei na porta do seu carro e pensei, será que fiz algo errado? Não, não, fiz tudo certinho!
Com minha mania de cvs pelos cotovelos já fui interrompendo aquele longo abraço para como vc disse passar um status report do tempo em que ficou fora. Vc não se importou, não mencionou o fato de eu ter saindo num happy com várias pessoas e uma delas te incmodava. Não se interessou como fiquei os dias sem vc. Só no que vc sentiu quando parei de me comunicar.
O final a gente já sabe... Os vários sinais eu já sentia, mas evitava enxergar. Tudo foi conforme o planejado. Uma muralha! E pedi para destrancar a porta para sair quando na verdade eu queria mais do que nunca o abrigo do seu abraço. E seu carro estava aberto! Foi aí que tudo veio à tona! Suas mensagens para me ver não eram por saudade! Era para oficializar sua decisão. Sua cara de preocupação! O desdenho com o report. E arrisco a dizer as fotos do destino romântico onde a janela típica de cidades do sul são fáceis de identificar.
Tenho ódio sim! De me permitir sentir tudo e não ver nada!
Um dia descrevo o que estou sentindo agora, por hora, aquele dia vai ressoar na minha memória é confesso que vou lembra-lo para sempre. Todos os dias... Como uma forma de permanecer muralha quando na verdade queria ser oceano.
Vai passar, ainda a muitas pedras a serem colocadas nos meus muros, mas uma por uma vou me tornando mais forte e blindada de todo o amor que um dia senti. De todo o fogo que me acendeu e de todos os motivos que me faziam arrepiar.
Respeita meu momento, assim como respeitei sua decisão. Me deixa ser muralha para proteger meu coração. Ainda dói muito e a cada mensagem trocada eu volto a sangrar. Só me deixa ser muralha... É meu último pedido. Não volte a me procurar.

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