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*_~EU, A CASA E O HOMEM~_*
Quem passa pela Rua Doutor Raimundo Campos entre as Avenida Osório Batista e Alberto Leal Nunes, conhece como eu, o sobrado que existe há muito tempo e permanece sempre fechado.
Nunca tive tempo de admirá-lo direito, apesar de sentir muita curiosidade. porque eu sinto isso? será que é por causa da estrutura ou da história que falam sobre ele? não sei ao certo.
Mesmo apressado, sempre que passo por ali meus olhos fitam aquela placa na parede, Onde se lê "Vila Lucilene", pelo que dizem era a menina, filha do dono, que morreu há 40 anos atrás.
Hoje, ao sair da Lan Louse que fica quase em frente ao sobrado que chama minha atenção, não tive coragem de enfrentar o sol que as duas da tarde às dias em Piedade.
Resolvi então, sentar ali mesmo na calçada onde fazia sombra e fiquei apreciando aquela construção. Meu olhar parou exatamente em um dos três Anjos de gesso que a no muro. vejo que ele segura um instrumento musical, que nunca será tocado. naquele momento tive a ligeira sensação de que ele também me olhava.
A curiosidade me fez levantar e ir até o portão da garagem. não ousei toca-lo, pois os ferros estavam em brasa por causa do sol. não via, nem ouvia nada vindo de dentro, o que confirmava que ele não morava ninguém. sabia que éra impossível entrar mas eu tentava encontrar algo que nem eu mesmo sabia o que .você sabe como é uma pessoa curiosa.
Confesso que algo ale me incomodava mesmo assim eu não saia daquele lugar .
O certo amigo, é que eu continuava olhando. afastei-me um pouco e dei um salto na tentativa em vão de encontrar algo. no exato momento em que eu me preparava para outro pulo, ouvi alguém falando alguma coisa bem alto atrás de mim. virei-me derepente. e dei de cara com um homem estranho montado em uma bicicleta, fiquei com medo de que ele pensasse que eu estivesse querendo roubar.
A rua estava quase deserta, conseguia ouvir apenas algum barulho vindo da praça.
A aparência daquele homem me fez pensar que fosse um mendigo. ele permanecia em cima da bicicleta desgastada pelo tempo. pensava em ir embora quando ele me chamou para mais perto dele e continuou falando esquisito. passei a imaginar que fosse louco ou coisa parecida. mantive um pouco a distância e foi aí que ele me disse "sou lama mas não emitente de odor desagradável" tentei decifrar aquela frase mas não consegui. depois disso fiquei curioso para saber mais sobre aquela pessoa que cada vez mais falava de maneira enigmática.
Desviou por um momento o olhar de mim e fixo ou no sobrado Dizendo. "ele não se abre por causa das dores que vivem aprisionadas ele" falava isso como quem conhecia alguma história sobre aquele lugar.
As frases que ele ia dizendo agucava cada vez mais a minha vontade de saber o que havia ali dentro.
Com tantas dúvidas perguntei-lhe quem ele realmente era, ele respondeu apenas "sou um simples Admirador do conhecimento". falou isso acelerando a bicicleta e assim como veio saiu de repente sem dizer mais nada.
Olhei mais uma vez para aquela casa e depois para aquele homem, que já dobrava a esquina.
Resolvi ir embora, o sol já não estava mais tão quente seguir para minha casa com aquelas perguntas. Quem era aquele homem?, de onde veio?, para onde ia?, eu estava agora com mais uma curiosidade saber quem era aquela pessoa que trajava-se como um mendigo, falava como louco, e tinha o conhecimento de um sábio.
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