Conta-me algo novo! Algo de sementes vivas, brotando...
Não quero saber de tantas histórias repetidas! Nem desses teus caminhos iguais!
Conta-me da primavera que virá, dos poetas desconhecidos, dos versos adormecidos.
Fala-me coisas alegres, de dias felizes que estão há seguir teus sonhos...
Só não me traga lembranças divididas entre o desejo de ir e ficar nesse lugar tão cinza!
Vem comigo! Posso te levar aos altos das montanhas, a floresta das fadas, a casa dos amores.
Posso te fazer feliz! Te dar silêncios e afetos, carinhos e atenções infinitas!
Quer seja eu teu amigo! Teu amor! Ou só apenas um conhecido que te viu tão só, e quis ficar!
Posso sim! Te dar tudo o que tenho!
Mas, te peço que me contes, algo de novo, vivo, caloroso, audacioso...
Quero saber dessa verdade, que te busca! E que tu foges!
Quero saber porque destes as mãos para as mentiras, e te acomodastes aqui?
Nesse mundo, sem notas ou canções! Sem cores ou perdão! Onde tudo é obscuridade!
Tenho te visto todas as manhãs anoitecendo! Mesmo nascendo dias e rosas em tuas mãos...
Estais a definhar e a diminuir-se diante do sol que te toca, e da terra que te alimenta e veste!
Porque não tens coragem de seguir a natureza do teu coração! Tens medo de tua alma?
Preferes acomodar-se nas praças e mendigar nas madrugadas abraços descompromissados...
Queres estar onde teu coração se recusa a ir! Com medo de amar! De se apaixonar pela vida!
Vem! Mas, traz-me algo novo! Uma canção! Um desejo, uma vontade, um caminho!
Só, não me tragas historias repetidas! Porque quero saber até onde podes ir comigo!
Preciso de ti, preciso do teu amor! Preciso que me tragas as tuas verdades escondidas.
E sei! Elas não estão em nada que fostes ou fizestes até agora! Porque não foste tu. Até então!
Mas, não posso trazer-te até aqui! Se te recusas a falar-me do novo! Se ainda és passado!
Tens quer vir até meu coração. Viva, presente, lúcida e cativa da luz, e das estrelas!
Vem comigo! Pois tua única verdade mora ainda longe de ti! E talvez eu possa levar-te a ela...
Desde que não tragas contigo nada do teu eu antigo! Nem de tuas noites cansadas!
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