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Estações de filha
Ana Débora Oliveira

Na primavera fui pequena
Tanto quanto uma semente
E como uma semente, fui plantada
Regada e cuidada
Com o tempo, criei raiz. Fui crescendo pouco a pouco.
Cercada e protegida, sem saber do mundo louco.
Ainda ali, envolta, já ouvia sua voz
Grave, agradável e doce, orando para eu nascer
E assim, todos os dias, cresci com seu carinho
Cresci tanto, mas tanto, que saí para este mundinho
Era tudo frio! Tão frio! Mas você estava ali
Um par de olhos me observando, feliz por eu chegar aqui
No calor de seus braços, na chama do seu amor
Aprendi a andar, falar, e a aprender com seu ardor.
Algumas vezes, tropecei. Outras, eu caí.
Mas sempre que precisei, você estava ali.

Logo veio meu verão, e com ele, inquietação
Me deixa em paz! Sai daqui! Não quero, não vou!
Você não manda em mim! Como você é chato! Faço o que quiser, eu sou dona de mim!
Tanto tempo foi assim... tantas lágrimas te trouxe.
Tanta dor e tristeza, tantas palavras duras e castigos houve.
Tanta raiva, sem sentido, de dois lados tão amigos.
Mas em meio a esse turbilhão
Você me amou de coração
Foi firme quando preciso, e me protegeu do inimigo

E então, ao entardecer, meu outono chegou.
Trabalho, namoro, casamento e filhos: o meu tempo se acabou
Tudo anda tão corrido, não tenho como ir te ver
As crianças tomam tempo: não consigo chegar a você.
E a resposta sempre a mesma: tudo bem filha, te amo.
Deus te abençoe, minha menina, estou orando por você.
E os anos se passaram, tão longe de ti fiquei
Tantas horas e minutos, em que não te aproveitei

Já agora, em meu inverno, você não está aqui.
Sinto sua falta, como nunca, e queria poder voltar
Voltar a quando você me lia histórias, quando era dono do meu nariz
Voltar no tempo e te ter de novo. Ouvir sua voz, querido papai.
Mas você se foi e eu fiquei. E até sobre isso você me ensinou:
Filha, um dia eu vou. Vou ao Senhor encontrar.
Por mais difícil que pareça, vou minha vida a Ele dedicar
Faça o mesmo, minha filha, ande nos caminhos de Deus
Para que um dia, quando o tempo vier,
Você volte aos braços meus.
E essa é minha esperança, essa é minha fé
Em Jesus vou confiar, para a ti, papai, regressar.
Você me amou, você me cuidou, e me ensinou em que caminho andar
E em meu ser, sempre e sempre, sua mensagem vou guardar.





Biografia:
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Poesias Estações de filha Ana Débora Oliveira


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