Toda vez que chego o amor sai,
pelo canto dos olhos me espia,
é como uma parte de mim que se vai
por um campo, a correr, na pradaria...
Toda vez que saio o amor grita,
a porta se fecha e me quedo, calado,
a flor se murcha e o perfume me evita
como fosse eu um náufrago abandonado...
Tenha vindo eu, talvez, representar a solidão
no palco desabitado deste meu frio coração,
este espetáculo, na plateia, a ninguém...
Tenha recebido a fala que ninguém escuta,
esta voz que clama e chama e a si reputa
único ator em cena como a alguém só convém...
|