| O Inferno Lírico de Badou Sarcass III |
| (ou o cantor de silêncios) |
| Badou Sarcass |
Resumo: Há uma vontade desesperada de gritar,
O grito infinito, o grito de deus. |
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Não! Enganam-se todos, estou lúcido. Se agora pereço, é por amor à vida.
Minha loucura não é de hoje, é de sempre. Portanto, calem-se!
Sou uma inexistência sóbria, o preferido dos deuses de minha timidez.
Se invoco a verdade, é para provar que ela não existe.
Se clamo por justiça é para dizer que não pertenço a este lugar.
Estou farto do mortal e dos mortais...
Desse maniqueísmo frio do qual sou fruto.
As ciências tudo me dizem, mas eu nada entendo.
Há uma vontade desesperada de gritar,
O grito infinito, o grito de deus.
“Ah Badou, se pudesses...
...mas teu cantar são silêncios.”
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Biografia: Quem é Badou? Só o tempo dirá. Por hora é um homem. Não, talvez uma idéia. Badou é uma idéia, ainda não muito definida, uma idéia líquida, diluída na cabeça de alguém. O grito de Badou é o grito de Neruda: "Que dirán de mi poesía los que no tocaron mi sangre?", é o grito de alguém que não tem mais identidade com os outros, que não fala a mesma língua, que não louva os mesmos deuses que o resto do mundo. Um grito de solidão. Badou Sarcass: um grito delicado...
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