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Herança de Sangue
Mary Stuart

Hoje, dia vinte de outubro do ano de dois mil e um vai ficar marcado na minha vida, como o dia “Tudo Errado”. Eu Eloise Cast, acordei atrasada para o primeiro dia na faculdade, perdi a carona com a minha amiga Chloe e terminei com meu namorado. Não sabia muito bem se havia feita a escolha certa sobre a faculdade, mas agora era uma questão de necessidade, não queria ficar morando por muito mais tempo, com minha tia rabugenta e estranha Carmen. Quando falo estranha e rabugenta, quero dizer isso mesmo, ela esconde muitos segredos, principalmente, algo que ela guarda com tanto sigilo, no porão da casa. Ela não gosta muito de mim, eu a ouvi dizer que sou um estorvo na vida dela, tudo porque tive que ficar com ela após a morte dos meus pais, quando tinha apenas dez anos. Cheguei à faculdade, conheci novas pessoas, professores, posso reconsiderar sobre o meu dia “Tudo Errado”, começou ruim, mas parece que esta melhorando. Fim das aulas, minha amiga Chloe, nossa ela estava entusiasmada sobre tudo, garotos, festas, porém, meu único objetivo era concluir a faculdade, conseguir um emprego e sair da vida da minha tia. Chloe me levou embora de carro, minha amiga morava duas quadras da dali. Cheguei em casa, já estava entediada em saber que iria encontra minha tia Carmen, eu já sabia que ela estaria na cozinha nesse horário preparando uma comida, que eu considerava a pior coisa do mundo, mas tinha que comer, estava morta de fome. Passei pela cozinha, ela já estava comendo, falei um “oi”, porque sempre tentei manter uma harmonia na casa, mas tive como resposta, um olhar que ate então eu nunca tinha visto, uma mistura de ódio, tristeza, era sombrio, tive medo, senti um arrepio, como se ela estivesse planejando algo terrível. Fui para meu quarto, porém, ao passar em frente à porta do porão, escutei um barulho nada familiar e pior, um mau cheiro insuportável, aquilo me deixou curiosa. Tranquei a porta do quarto, mas naquela noite não consegui dormir, o que ouvi e senti vindo do porão de deixou intrigada, varias duvidas me vieram à cabeça. O que minha tia esconde? E qual seria a causa disso? Não sabia a resposta, mas uma coisa era certa, precisava descobrir o que era.
Na manha seguinte, acordei, ou melhor, apenas levantei, pois não consegui dormir, minha tia Carmen já estava na cozinha tomando seu café. Peguei um copo, me servi, estava horrível, não tive coragem para pergunta-la, ou falar sobre o porão, o medo estava me consumindo de forma que nunca tinha sentindo antes, estava tendo um pressentimento, que não era bom. Distraída em meus pensamentos e sentimentos, não percebi quando minha tia havia me chamado duas vezes para avisar que iria ao mercado, estranho porque o armário e a geladeira estavam cheia, e ela não gostava de sair muito, apenas por necessidade, e eu novamente perdida em mim mesmo. Mas agora seria uma ótima oportunidade, para descobrir sobre o porão. Esperei ela sair, fui ate a porta, porém, percebi que estava trancada e não tinha ideia onde ela escondia a chave, foi quando me lembrei de que uma vez a vi mexendo, em uma lata de alumínio, que ficava em cima da geladeira. Subi em uma cadeira, peguei a lata e abri, bom tinha uma chave dentro com um chaveiro em forma de olho humano, que horrível, consegui abri-la, voltei para pegar uma lanterna, pois não sabia se tinha eletricidade, respirei fundo, sem saber que minha vida iria mudar depois daquelas escadas. O mau cheiro me causou náuseas, o local era extremamente assustador, não existia nenhum tipo de iluminação natural, higiene e ventilação. Muito lixo, comida estragada, no lado direito próximo a uma pequena janela, que ficava trancada com correntes e cadeados, existiam duas camas e uma maca, da mesma usada em hospitais, em cima havia materiais cirúrgicos, vidros de remédios, sacos de lixo e vários tipos de facas. Não sabia se iria continuar, estava com muito medo, uma sensação estranha, o local tinha cheiro de morte, mas se cheguei ate ali, devo continuar. Ao lado da maca tinha uma pia suja de sangue, tentaram limpar, estava muito assustada, ate que de repente ouvi um barulho, vindo do fundo, com muito medo me aproximei e vi uma espécie de gaiola e dentro, não acreditava no que estava vendo, tinha uma criança, muito suja e assustada aparentava ter pouco mais de três anos. O local onde ela estava tinha cheiro forte de urina, muito esquelética parecia que não se alimentava há dias, minha tia Carmen era um monstro. Aproximei-me da criança, perguntei-lhe o seu nome, mas ela não falou nada, sua expressão era de medo, precisava ajuda-la, mas nesse instante ouvi um sussurro pedindo socorro, era uma voz de um homem, parecia conhecida. Fui até o final do porão, muito escuro, me aproximei e fiquei chocada, uma onda de medo, tristeza tomou conta de mim, estava tremendo, suando deixei a lanterna cair e soltei um grito de desespero fiquei paralisada. Não podia acreditar, olhei novamente e dentro da gaiola minúscula estavam Fred Eduard Cast e Amber Cast, meus pais, maus tratados e magros, mas tinha a certeza que eram eles. Não conseguia entender, eles estavam mortos, foi que tia Carmen me contou, foi essa versão que ela me disse, que eles tinham sofrido um grave acidente de carro, onde ambos tinham morrido carbonizados. Ela é um mostro, preciso pedir ajuda, foi nesse momento que olho para trás e vejo Carmen, que já não há vejo como tia, foi tudo muito rápido, ela acertou minha cabeça com um objeto, que não sabia dizer o que era, estava tonta, fui em direção à escada, mas ela me agarrou pelos braços, tentei me soltar, porem ainda esta sem equilíbrio, foi quando consegui pegar uma das facas e deferi um golpe em sua barriga, nunca tinha ferido de forma alguma ninguém, mas se não tivesse feito isso eu estaria morta. Ela caída no chão, muito sangue e em suas ultimas palavras, ela me confidenciou o motivo de suas atrocidades. Meu avo tinha apenas dois filhos meu pai Fred e minha tia Carmen, ele possuía uma pequena transportadora, que atualmente esta sendo gerenciada por um dos sócios, pôr ele estar muito doente, precisava fazer seu testamento. Tinha que deixar a transportadora para alguém, meu Pai não queria, pois ele era recém-formado em medicina e não queria mudar de carreira e minha tia não queria trabalhar, gostava apenas de gastar o dinheiro, foi então que ele teve a ideia de deixar para única neta, que na época tinha apenas dois anos de idade, mas só poderia assumir a transportadora quando completasse trinta anos e mediante a assinatura do filho mais velho meu Pai, por esse motivo que minha tia mantinha meus pais em cárcere privado por quinze anos. E disse também, que, assim que se cumprissem as exigências do testamento, não precisava dos meus pais nem de mim e para completar antes do seu ultimo suspiro ela falou que, a criança que estava na gaiola era minha irmã, que minha mãe teve há três anos. Não conseguia mais pensar e ouvir aquela historia então eu sai correndo para pedir socorro e libertar minha família.
Hoje, dois anos após essa tragédia, posso dizer que estamos vivendo uma luta diária, para conseguir amenizar a dor que tudo isso nos causou, mas uma coisa e certa nada nem ninguém e muito menos o dinheiro, ira separar nossa família novamente.


Este texto é administrado por: Patricia Lima
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