Um dia seremos tão bons
que a maldade ferverá a própria cabeça
no caldeirão da feiticeira,
e nós,
sentados à beira do fogo à moda dos indígenas,
cantaremos a canção que apascenta cervos,
diremos poema retirados dos bulbos,
comeremos com as mãos,
limparemos os dedos com os lábios
enquanto o céu azul segura as estrelas
em suas mãos...
Um dia seremos tão felizes
que os risos nascerão dos pistilos,
as pétalas de sonhos navegarão
o rio estendido por Netuno,
as mãos estarão tão juntas
que uma nova ciranda
arruinará a destruição...
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