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O homem que cortou as minhas árvores
maria da graça almeida

O homem que cortou as minhas árvores
maria da graça almeida

O homem que cortou as minhas árvores
não se ocupou do esforço da semente,
da extensão da raiz, da magnitude dos galhos,
da expressão das folhas, do propósito do fruto.

O homem que cortou as minhas árvores
não cuidou da semeadura.
Para o aprendizado ou o treino do plantio
é necessário curvar e quedar-se rente ao chão.
Nem todos estão dispostos a tal submissão.

A construção requer cuidado e responsabilidade.
A destruição é simples, basta uma palavra...
ou uma assinatura, um olhar, um gesto, um empurrão.

O homem que cortou as minhas árvores não sabe
dos sacrifícios do crescimento, das penas do amadurecimento,
das perdas do envelhecimento, das dores do sepultamento.

O homem que cortou as minhas árvores
desconhece do tempo, os prejuízos, os benefícios
e, ingênuo ou desavisado,
na chegada ou na partida,
julga que jamais provará das urgências da vida.

-------------------------------------------------
Não só digo do homem que praticou a ação,
refiro-me também àquele que se dispôs
a colocar-lhe às mãos o instrumento da devastação.

////////////////////////////////////////////////////////////
Ao homem que cortou as minhas árvores
Maria da Graça Almeida

Infeliz abatedor
de árvores saudáveis,
a despeito de sua insensatez,
meu pomar reviveu!
As árvores brotaram novamente,
mais fortes e frondosas,
com flores mais perfumadas,
com frutos mais refrescantes.

Inconseqüente homem-serra,
em pouco tempo dar-se-á conta
de que pelo gesto insano e egoísta
você mesmo foi o grande lesado.

Hoje os braços lhe doem
pelos esforços do desserviço;
suas mãos sangram, contundidas
pela própria arma da devastação.
Impediu-se às delicias do fruto maduro
negou-se aos prazeres da sombra fresca.

Pobre homem-machado,
minha vegetação renasceu sadia
e sua amargura, esta, bem sei,
aumenta. E adoece-o, dia por dia...

E os dias são infindáveis...
e se nem isso o intimida,
o mal que lhe desejo
é que seja o detentor
da mais alongada vida,
para ardentemente sonhar
com o fruto cuja doçura
e com a sombra cujo frescor
nunca mais desfrutará!

Pobre homem-tesoura,
ontem senti pena de mim;
hoje, sinto de você,
que cortou as próprias penas,
que mutilou as próprias asas...



Biografia:
Maria da Graça Almeida Nascida em Pindorama- São Paulo. Escritora, poetisa, professora, pedagoga e formada em Educação Artística. Possui crônicas, cartas ou poemas, nos sites: • Editora Komedi • Recanto da poesia • Jornal de Poesia • Nave da Palavra • Boneca de Trapo • De amores e saudades • Officina do Pensamento • Poemar • Newsletter-Parque • Ciranda dos versos . Usina deletras...etc Autora de mais de vinte livros para crianças- ainda não publicados-. NOTA: Todos os textos da escritora, neste e em outros sites, publicados, possuem os documentos de registro dos órgãos de direito. Obras Físicas Publicadas - Espelho -Poesias Sem Mistério - A Graça que o bicho Tem- - Que traça sem graça - Mitos do folclore - A Menina da janela - O Cuco Maluco - O besouro doente Classificada em vários concursos literários, tem seus poemas nas coletâneas: • Ordem da Confraria dos Poetas • Ordem Sereníssima da Lira de Bronze • Antologia Poética 2000 • Concurso Talento Literário 2001 • Antologia diVersos • Poemas para crianças Convidada a participar de um manifesto, com o objetivo de registrar a solidariedade brasileira ao Timor Leste, teve publicado, no livro Timor Esperança, o poema: Juramento à Liberdade do Querer.
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