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NOSSA CEGUEIRA TECNOLÓGICA
DIRCEU DETROZ

Sobre os mistérios do Universo, em “Cosmos” Carl Sagan afirma: “Apenas molhamos os pés neste mar infinito”. Eu diria que o mesmo se aplica aos avanços tecnológicos. Na metade da segunda década do século XXI, apenas molhamos os pés. Com uma simples, mas dramática diferença. Nosso hipnotismo com a tecnologia já é irreversível.

Tipo um doce viciante, ficamos com aquela sensação de que como raça dominante no planeta, estamos chegando mais rápido do que pensávamos ao nosso ápice evolutivo. Para se chegar lá, teremos de equacionar variáveis que a tecnologia nos fez esquecer.

E quem não se entregaria ao hipnotismo de estar conectado com o mundo ao toque de um dedo? Até os idiomas que no passado eram empecilhos na comunicação deixaram de ser. Hoje podemos ler jornais chineses apenas clicando na opção “traduzir página” do nosso navegador. Interpretar o que se está lendo já é outro assunto.

Aquele ditado popular de que “notícia ruim chega antes”, transformou-se em verdade absoluta. Hoje legiões de caçadores caçam tragédias humanas. E há uma corrida maluca para fazer a postagem primeiro. Nem que seja mentira. Vejo matarem no mínimo, uma celebridade por dia.

Infelizmente os avanços tecnológicos criam a cegueira de que a Raça Humana está evoluindo no mesmo ritmo. É uma grande ilusão. Estamos distantes de cruzar a ponte que nos guiará no caminho da racionalidade. Se é que algum dia cruzaremos.

Fazemos da tecnologia o tapume que esconde nossos surtos de irracionalidades. Nossas crenças mesquinhas de superiores. Que somos produtos de criação divina. Deixamos que nos sujem com lavagens cerebrais, e chamamos a isso de fé.

Disso não tenho dúvida nenhuma. Apaguem as luzes das cidades, e desconectem a rede por um mês. Antes da segunda semana, estaremos caçando bruxas com tochas acesas. Ao primeiro grito de “queimem”, elas serão jogadas nas fogueiras.

É muito provável o nascimento de uma nova “Salém” em Paris, Londres, ou Rio de Janeiro. Sofremos de uma estranha epidemia. Caçar bruxas mesmo em dias ensolarados. Diariamente fazemos isso. Imaginem na escuridão.

Contaminada pelo vírus da violência e do ódio, no atual momento a Humanidade está em movimento retrógrado sem viés de mudança. Somos amantes apaixonados dos conflitos. Sentimos um puro prazer em matar. Paz! Gritamos apenas da boca para fora.

Os avanços tecnológicos não nos impedem de eliminar quem tem ideias e pensa diferentes do nós. Pelo contrário. Ajudam e escancaram nossos mais sórdidos instintos de animais predadores. Que sempre fomos, e seremos.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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