A tristeza esta de norte a sul
e o céu la em cima continua azul
o menino na terra de pé descalço
com a barriga vazia e o pipa no alto
Ele não pensa no clima seco
nem liga para o pé preto
mais quando bate o desespero
ele nem sente o desprezo
que é mantido sem desapego
É tamanha a indignação
que não chega ao seu coração
porque o que ele mais sabe
é engatilhar um "três oitão"
E o menino que só queria um pão
agora usa o calibre para alimentar
sua ilusão
ou desilusão?
A sua mente agoniza
para amenizar sua aflição
de um desejo de moleque, que cresce
e por pouco e por pouco enlouquece
Quando larga do mundão
com a memória do coração
via, o seu caderno e a lição
e depois do sinal um suco e o macarrão.
O arranhado do concreto
Subiu! a poeira ofuscou
e olha o "marginal"
que susto levou
Mais um prédio se erguia
sua família assistia
seus vizinhos se arrastarem
Sem voz, feroz,
sem luz, apaga! da mente,
que sara, a dor sem dó,
com pó, sem casa.
Para, e olha !
sera que Deus tem a ver com isso?
ou foi a obra do fracasso
de mais um ricasso sem compromisso
Ele assistia a TV
e rapidamente dormia
porque nada do que via
parecia com o seu dia-dia
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