Desenrola tua língua na minha,
Arranha meu orgulho com a tua unha afiada de gato cheio de manha,
Arruina o sofá da sala do meu estar,
Quebra os jarros das flores do meu cabelo,
Devora os rios de certeza do meu coração,
E abre as pernas dos meus pesadelos
Mas engole em seco se cuspires
Que do que sobrar
Se eu puder
E se eu ainda lembrar
Me faço uma poesia
Só pra reviver,
só pra não apagar.
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