A casa era feita de tijolos, todas as paredes revestidas por um tecido listrado, já o chão, parecia mais com um algodão gigante, podia-se flutuar nele. Somente Rafaela conhecia o mais precioso segredo daquela casa: a família que ali residiu.
Não era possível, dentre tantos outros mistérios da vida, que aquela família constituía o mais intenso, segundo os pensamentos de Rafaela. E estes, eram muitos. Como podia? Uma menina daquela idade conseguir pensar tanta coisa? Mas tanta, tanta e tanta, capaz de deixar qualquer um louco da cabeça. Além de viagens alucinantes, ela construía um universo paralelo à cada situação que lhe era imposta, sendo assim, idealizadas como uma interseção na linha do tempo.
‘‘Quem dera, se por um erro de matemática, como também biológico, o indivíduo conseguir desviar a padronização do direcionamento existencial da espécie humana...’’
É certo que, Rafaela sabia, de forma racional como fora ensinada durante os seus 21 anos de idade, o quanto o tempo é relativo. Era necessário priorizar, acelerar e organizar, todas as indecisões de uma realidade efêmera. Era necessário entender, compreender e respeitar, todas as ideologias dos seres humanos. Era necessário percorrer caminhos distintos para atingir uma nova percepção. Era necessário contribuir para o progresso da humanidade.
Era necessário, portanto, viver em prol de um bem maior.
Isso comprova, tão solenemente, o significado da palavra vida. Esta, por sua vez, é amiga do tempo.
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