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O homem e o álcool
Jerônimo da Silva da Cunha

No Egito antigo e na Babilônia, foram encontrados relatos de utilização de bebidas alcoólicas, datadas de 6000 anos atrás. Os árabes, espertos, incluíram a destilação, aumentando assim a eficácia da bebida. No entanto existe uma grande variedade de comportamentos e atitudes sob efeito do álcool.
   O homem quando bebe, é dividido em estágios. Logo no inicio da bebedeira ele permanece no estado normal, estado esse que, os primeiros goles são verdadeiramente um néctar dos deuses. Esse néctar lhe causa um alívio acompanhado de um sorriso e piadinhas para distrair o resto da rapaziada.
   Passando para o próximo estágio da bebedeira é, popularmente conhecido por, o mestre. O cidadão fica mais inteligente, usando lá seus 60% do cérebro e aguçando seus sentidos. Ele fala coisas intelectuais que ele, sóbrio, jamais falaria e/ou entenderia.
   O terceiro estágio do homem alcoolizado é chamado de “o terror das currutelas”. Pra quem não conhece o termo, ele é usado pra designar o cara pegador. Ele passando a ser narcisista por um período curto de tempo (até o próximo estágio). Ele passa a se achar lindo e pensar que todas as mulheres desejam tê-lo, até mesmo aquelas que nem por um segundo notaram a sua presença (essas são classificadas como “as que se fazem de difícil”). Quando isso acontece, indica a transição desse estágio para o próximo, o estágio da imaginação fértil.
   Nessa fase, o homem percebe uma mudança em todas as mulheres do lugar. Elas ficam lindas. Rugas, espinhas, chatice, bafo, CC e outras coisas que interferem antes desse estágio, vão por água a baixo. Continuando a beber, o homem sente seus músculos crescerem e passa a pensar que ele é Mike Tyson.
   E achando que é o verdadeiro Superman, começa a dar ombradas propositais e querendo brigar até mesmo com a sombra, ele fica mal humorado e ninguém pode encará-lo, ou então a confusão tá armada. Esse estágio é muito rápido, logo é interrompido pela riqueza de ser um politico.
   Ele passa a apertar a mão de todos e pagar cerveja pra geral, prometendo um churrasco logo mais na casa dele (churrasco esse que nunca sai). Esse estágio é rápido, dura apenas alguns copos, passando para a fase pior da bebedeira.
   O estágio conhecido como “ninguém viu”, é aquele das gafes de final de festa. Conheço até um rapaz que sempre reclama a noiva, pois nessa fase ela banca a Joelma do Calypso: Canta e dança. Essa fase o homem derrama cerveja, quebra garrafa, faz xixi no chão do banheiro de propósito, passa a amar a sogra, mexe com a cunhada, olha pra a bunda da namorada do amigo, conta piada sem graça e, o pior, fica pendurando em todo mundo com aquele fedor de cerveja com linguiça acebolada, falando que você é o melhor amigo e que nunca vai te abandonar.
   O último, mas, não menos importante estágio da bebedeira é o do Alzheimer. Após dormir quase 12h e receber um milhão de ligações e mensagens do whatsapp, ele acorda e vem aquele pensamento sem sentido que todos, depois de uma longa noite de muita bebida têm:
- Ai meu Deus! Onde eu tô? O que eu fiz? Qual o motivo dessa tontura?
Ele não lembra, ou pelo menos finge não lembrar, do que fez na noite anterior, dependendo da zueira da sua turma. Se ele ficou com a mais gata, ele lembra de todos os detalhes, mas se ele fez tudo que citei, com toda certeza desse mundo ele não lembra.
Jera Marley 30/06/2015


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