Assim corre contra tempo
Olha no espelho e ver os resquícios
de uma menina, que se foi com o passado
que se foi, com a loucura alheia.
Inventou palavras pra não morrer de tédio,
explodiu com os moveis da sua casa e jogou
as mentiras de outrora em baixo do tapete.
Moveu as nuvens e trocou a cor do céu
exibiu seus dentes amarelos, pediu um pouco de vergonha na cara, e depois chorou noites inteiras.
Corou com flores murchas e desenhou no seu corpo formas vazias de alguém que nunca voltou.
Enlouqueceu com notas miúdas da música que nunca mais tocou, e novamente chorou noites inteiras.
Olha no espelho o que ver são cicatrizes de um destino tortuoso e verdades enfurecidas de bocas medianas.
Nota-se uma rachadura na sua alma tão profunda que dar pra ver o inferno de suas desilusões, e suas lágrimas correndo rio abaixo em uma correnteza desenfreada de angústias e desencontros, de uma ex menina que chorou noites inteiras.
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