Talvez seja um perigo
Deixar você entrar
Vivo em vidro, meu amigo
Minha batida é fácil de quebrar.
E quem dera ter a força das flores
Que, em meio ao vento, brilham
Eu apenas sigo as cores
Desses dias que se agitam.
As partidas são sentidas
E as vindas perigosas
Ambas trazem a nostalgia dos dias
E a faca da saudade não é misericordiosa.
Realmente não o quero em minha morada
Pois há muito não divido o coração
Deixo-o quieto, com marcas de batalha;
Mas acostumado com a tua solidão.
Estou aqui imaginando tua partida.
És leve e guiado pelo mundo
Enquanto fico e sigo retraída
Engolida por teu olhar soturno.
Abri a porta ao retornar de teu sorriso
Contudo, divido-me em medo e chamas
Aguardando a queda de meu juízo
E os retalhos de nossa cama.
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