No horizonte há um olhar que espia
os barcos que partem a para outro dia
de pesca e de conversas que sacolejam,
homens de mãos duras estendem as velas,
espiam o sol como a lua faz de sua janela,
a brisa assopra devagarinho e arrepia
os que sem camisa viajam cantando
doces melodias...
O mar, absolutamente calmo,
revolve seu fundo cheio de bijuterias,
cascos carcomidos,
livros abertos em salmos,
espia seus peixes que o nadam,
vagarosos, ao alto envia,
de encontro à luz que brilha,
cardumes que ziguezagueiam, que dançam,
o céu e a terra se completam, amorosos,
uns matando sua fome, outros sorrindo;
o dia, já gasto e roto e feliz,
abre as portas para a noite
que chega com seu séquito de estrelas...
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