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Texto selecionado
A LENDA DO BOTO |
Vilei Ramos dos Santos |
Pelos rios da Amazônia
Reza a lenda do boto
Cercada de muito mistério
E de certo desconforto.
Saindo das profundezas
Um homem todo de branco
Vestido dos pés à cabeça
Exibindo beleza e encanto.
O boto se aproveita das festas
Para seduzir as donzelas
Ao som de belas serestas
Enfeitiçando as mais belas.
E quando se aproxima
Começa seduzir dançando
A indefesa menina
Acaba se apaixonando.
Sem poder de reação
Da festa é afastada
A mercê da sedução
Para o rio vai sendo levada.
Só lhe resta se entregar
Ao boto conquistador
E ele poder consumar
A sua noite de amor.
Quando o dia amanhece
A moça não lembra de nada
Ela se quer desconhece
Mas uma semente foi plantada.
Para o espanto de todos
E sem poder fazer mais nada
Pelo boto sedutor
Ela foi engravidada.
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