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Causou espécie ver o prefeito da cidade de São João de Meriti dizer que os servidores são caluniadores.
De início achávamos que era um pequeno atraso como sempre ocorria, mas fomos vendo que se tratava de algo pior. Passou agosto, setembro, outubro. Não podemos afirmar que o prefeito usou o dinheiro na campanha de seus vários candidatos financiados por seu grupo no fanatismo pelo poder, mas que é sintomático faltar dinheiro justamente nessa época... Geram suspeitas.
Quando em julho apareceu um recadastramento, mais um, diziam esse agora é diferente. E era mesmo, porque era um caso pensado, deliberado do prefeito para lá na frente usar como arma contra os servidores e alertei sobre a possibilidade. A prova é que nenhum dos funcionários recebeu o comprovante de que estava se recadastrando e este que vos escreve perguntou na hora se não tinha um comprovante, pois na esfera pública o servidor é quem deve provar, em caso de Procedimento Administrativo (“processo”). O rapaz no computador disse: não me pergunte o porquê, a ordem que tenho é de não dar comprovante a ninguém. Achei estranho e comentei com meus chefes diretos através, inclusive, de facebook, deram-me razão, mas nada fizeram. Também, comissionados! Perdem as cabeças nas primeiras reivindicações, são os “funcionários” do rei. Mesmo entendendo a gravidade do problema nada poderiam fazer. Cheguei a dizer que isso poderia ser usado contra nós mais à frente; e foi o que aconteceu, quando ficamos esses meses todos sem pagamento e a mídia veio atrás, o prefeito apareceu na televisão dizendo que os que estavam sem pagamento eram porque não se recadastraram. Assim ficou claro que ao não dar o comprovante de recadastramento aos servidores o prefeito Sandro Matos agia de caso pensado, desde julho, daí o seu cinismo diante das câmeras e jornais apresentando razões refutáveis. Já dizia Schopenhauer: a razão é a alcoviteira da vontade. O ser humano tem vontade de fazer alguma coisa, faz, depois apresenta razões para justificar a sua vontade, no estilo do marido que aprontou, chega tarde em casa e tenta se justificar, apresentando várias razões, mas a mulher já sabe que é mentira. Uma delas era que havia uma servidora que inseria fantasmas na folha de pagamento. Não questionamos a existência ou não da servidora. O que o prefeito não parou para pensar foi que em enquanto essa suposta servidora inseria fantasmas na folha, nós recebíamos em dia, quando ela é flagrada, aí atrasa os salários? Ora, ao descobrir a fraude era para sobrar dinheiro e não faltar. Logo trata-se de um sofisma.
Disse também que São João de Meriti era o segundo município mais pobre do Estado do Rio de Janeiro, mas nunca Meriti recebeu tanta verba como agora. Quando vi que ele apresentava muitas razões e aquele grupo de guarda municipal o aplaudia, fiquei perplexo por que no horizonte já se formava a silhueta de algo tenebroso. E ainda tinha o cinismo de dizer a cada reunião: vai com Deus! O Deus que conheço diz: “Ai do que se serve do trabalho do seu irmão sem a devida paga”.
O fato é que vários servidores estão passando necessidade, foram para o Serasa, SPC, tiveram as suas vidas destruídas por conta da atitude do prefeito Sandro Matos. Estamos sendo vilipendiados.
E durante a campanha política teve a ousadia de comparar-se a Davi contra Golias. Um exemplo muito infeliz, por que a bíblia diz que Davi ia ao campo de batalha levar comida aos irmãos, mas deixava as ovelhas com um guarda (1 Samuel, 17:20), ou seja, bem alimentadas, protegidas... Davi desde novinho já demonstrava responsabilidade para com o pequeno rebanho que lhe fora confiado.
O prefeito Sandro Matos demonstra deficiência intelectual ao comparar a sua luta com a de Davi contra Golias. Na verdade trata-se do fanatismo pelo poder. Há quem pense que o fanatismo é apenas religioso e não é, Sandro Matos é mais uma prova.
A raposa animal de boa memória chega a ter 30 esconderijos e em todos eles deixa alimento para o caso de uma perseguição entrar em qualquer um desses esconderijos. Sandro Matos seria candidato por Mangaratiba, lá ficaria recebendo parte das emendas do seu ventríloquo Marcelo Matos; as emendas seriam divididas entre São João de Meriti e Mangaratiba. Ocorre que a toca de Mangaratiba foi fechada pelo Ministério Público e agora Sandro não tem para onde correr. O cerco está fechando, mas soberbamente ele continua dizendo que está tudo bem: tem olhos, mas não vê que agora é Cristo Jesus quem está guiando os caçadores.
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