João e Ricardo dois rapazes possuídos pelo vício da droga, adoravam explorar os limites da vida pelas casas “abandonadas”. Porém certo dia atravessaram para o bairro da inquietação.
Este bairro fora a muito engolido pelas trevas, ao seu redor existia um mundo igual ao nosso, onde o bairro da inquietação era conhecido como uma lenda. As casas daquele bairro atravessavam dois “mundos” diferentes, o mundo infernal e o mundo da harmonia. No entanto, quem ousasse entrar em alguma casa pela porta do mundo da harmonia nunca mais tinha retorno para o seu mundo.
No bairro da inquietação o ar fora contaminado pelo medo, a água fora envolvida pelo sangue sujo, as casas foram sacrificadas pelas memórias das almas destorcidas e em todo o lado se sentia o peso do sofrimento.
João e Ricardo tentaram abrir a porta de retorno para o mundo da harmonia e ao verem que não havia saída decidiram explorar aquele bairro, pela loucura da noite.
Com o passar do tempo foram se apercebendo que em cada casa existia uma nova história, uma nova tortura e novos habitantes á muito possuídos e afundados na escuridão.
Aproximava-se da meia-noite e o clima no bairro começava a ficar mais aterrorizador, o cheiro do sangue era mais intenso e os dois rapazes já um pouco enjoados daquele cheiro imundo e arrepiante entraram numa casa que aparentemente era igual ás outras. Ao entrarem estes apercebem-se que naquela casa não existia nenhuma alma a contar lhes a sua história, a sua tortura, apenas existia um quadro com a fotografia de duas raparigas atravessarem a porta dos dois mundos. Assustados saíram a correr e aperceberam-se que só existia mais uma casa, e correram até ela. Entraram e depararam-se com um quadro onde continha uma foto dos dois rapazes atravessarem os dois mundos e por baixo dizia “ o sino toca e surge uma nova tortura”, apavorados os dois jovens saíram daquela casa, mas ao sair aperceberam-se que o céu estava repleto de nuvens que choravam sangue, os trovões atingiam almas e os corpos moviam-se sem cabeça em direção a uma casa que no seu exterior continha potes de sangue, olhos, quadros e velas.
Os dois jovens foram em direção aquela casa, entrando com os outros lenta e disfarçadamente. Ao entrarem viram imensos compartimentos e cada um representava uma casa do bairro, a sua história, a sua tortura e um quadro onde tinha uma fotografia dos habitantes a atravessarem os dois mundos, tal como eles apareciam na foto.
Ao chegarem ao último andar foram surpreendidos com dois compartimentos vazios onde no primeiro tinha uma tábua em madeira com dois nomes gravados, Alexandra e Raquel, e no segundo compartimento tinha uma tábua, também em madeira, com dois nomes gravado, João e Ricardo, os seus nomes. No entanto, ambos não tinham um quadro com as suas fotos.
O quadro representava uma marca de passagem, sempre que uma casa era possuída, os demónios levavam o quadro com a foto dos habitantes que atravessavam os dois mundos e as suas respetivas cabeças. As cabeças de cada habitante serviam para fazer um ritual, para que as almas não pudessem falar com os vivos, nem ver, apenas ouvir vozes enlouquecedoras.
Mas onde será que Alexandra e Raquel andavam? Será que também tentavam descobrir onde estavam?
A partir desse momento, o objetivo dos dois rapazes era perceber onde é que as duas raparigas se encontravam.
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