O documentário dirigido pelo brasileiro Marcelo Masagão em 1998 amplia nossa visão em relação a alguns temas sociopolíticos e culturais da humanidade ao longo do século XX; utilizando de recursos visuais, faz uma seleção de imagens em preto e branco que acompanhado de uma trilha sonora dá suspense e emoção as cenas que seguidas de frases e pensamentos são passadas em câmera lenta. Tudo isso feito intencionalmente para causar um impacto emocional, fazendo com que o telespectador perceba o reflexo desses acontecimentos nos dias atuais.
A facilidade de intercalar várias situações como guerra e paz; religião e politica; mulher e indústria bélica; avanços tecnológicos e suas consequências, as personalidades e a opressão que tiveram na época, faz uma síntese de toda uma história, marcada por guerras, avanços, descobertas, personalidades. Mostrando o impacto da guerra, por exemplo, de diferentes ângulos de norte a sul, leste a oeste; provocando em nós a necessidade de saber desses fatos para entender melhor o que estamos vivendo hoje, as personalidades como: Pablo Picasso, Albert Einstein, Wladimir Lenin e Sigmund Freud lutaram por liberdade de expressão e hoje alguns países oprimem a difusão da informação; os avanços tecnológicos tomaram uma velocidade incrível e com eles a competição e a busca desenfreada por poder; a mulher considerada “sexo frágil”, lutou para ter direito ao voto, esteve na indústria bélica e até hoje buscam valorização; mudaram os estilos musicais e as roupas; a religião antes no topo abriu espaço para a politica.
As transformações; os fatos tomaram uma velocidade e uma proporção de tal forma que sequer nos damos conta daquilo que nos rodeia; vivemos em função de situações isoladas e não enxergamos o todo; e porque isso seria importante?
Estamos todos interligados; isso fica explícito no documentário; onde coloca a personalidade Hitler; deixando claro que a escolha de uma pessoa é capaz de mudar a vida e a história de milhares. Barack Obama uma vez tornou como slogan para sua campanha: “Yes we can” é necessário repensar nossos conceitos, aliás, tudo que pode sempre tem uma consequência. Zygmunt Bauman disse em um de seus artigos: “vivemos em sociedade liquida” analisando todo o contexto (difusão da mídia, relacionamentos, tecnologia e política) para chegar a essa conclusão.
Ao final vemos novamente a cena do cemitério, mostrada em colorido e na entrada escrito a frase tema do documentário:
“Nós que aqui estamos por vós esperamos”, qual seria então a intenção de Marcelo Masagão? Toda a humanidade é individualista, cada um defende uma religião luta por uma verdade e todos acabam sempre indo em direção a um mesmo destino.
“Os homens vão às ideias ficam’’
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