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História de um pseudo-amor
Ananda Maya

E, de repente tudo perde o sentido. Sombra. Por querer mais, você busca algo maior. Encontra alguém que compartilha essa necessidade. Mas esse alguém se sente tão maior, e não te reconhece como semelhante. Você se anula, pro outro brilhar. Porque ele anseia tanto esse brilho… E você pensa “tudo bem, ele precisa brilhar pro mundo todo”. E você acredita que, apesar de ele precisar do mundo todo, nesse ‘mundo todo’, você é um ‘alguém’ mais especial. Alguém que, ausente, faria deste ‘mundo todo’ um nada. Ilusão. Um dia, você cai na real e percebe que tanto faz. E se sente um peso morto. Você deixou seu brilho de lado, para ele se sentir o mais brilhante do mundo. E ninguém te pediu nada. Seu brilho apagou-se por completo. Pra quê? Se esse alguém nem sequer te considera importante o suficiente para, ao menos, pensar a respeito do que você fala e sente. Ele tem uma ideia fixa de liberdade que te exclui do seu mundo, silenciosamente. Você não faz parte do mundo dele. E você é apenas uma sombra. Alguém que ninguém conhece. E você se anulou tanto que, no final, nem você mesma se conhece mais. E a dor de ver a indiferença te jogando na cara que tudo isso “não passa de um fricote”? Ver sua solidão ser resumida a “vitimismo”… Alguém pra quem você abriu seu mundo. Você abre seu mundo pra ele, o coloca ao seu lado, o nomeia rei. E vê o rei cuspindo no chão. É impossível amar alguém que não sabe o que é amor.
Eu não sei o que ele quer de mim, porque ele se acha muito maior, e que eu jamais entenderia o que ele tem para dizer. Eu digo claramente o que eu quero. Eu desenho, se for preciso. Mas ele… Ele quer que eu adivinhe!
Tudo o que eu faço é motivo de riso, de ironia. Tudo o que eu faço e falo. Ele faz com que eu me sinta patética. E nem sequer está interessado em saber como eu me sinto. Ele, que eu ESCOLHI para ser meu companheiro. Ele acha que me faz um favor estando ao meu lado. Não sabe que eu o escolhi entre tantos outros. E que eu modifiquei tantas coisas que eram imutáveis na minha vida. Apenas para que conseguíssemos nos entender. Eu passei e passo horas e horas pensando em maneiras de melhorar o nosso relacionamento, enquanto ele dorme ou assiste TV. Não quer, nem ao menos, tentar conversar comigo, desfazer algum mal entendido. Não. Ele aprendeu que ‘fingir que nada aconteceu’ é o melhor remédio. Definitivamente, somos pessoas muito diferentes.
E, se falta o ‘outro lado da moeda’ nesta história, é porque ele, neste momento, está assistindo TV…


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Crônicas História de um pseudo-amor Ananda Maya


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