Quem nunca sentiu um frio na espinha, quando vez ou outra na infância, foi ameaçado pelos pais, irmãos ou por alguém da igreja: “Cuidado não faça isso! Olha que Deus castiga e você vai para o inferno".
Confesso que por vários anos me senti vigiada por Deus, e mediante a idéia do fogo ardente do inferno, repensei muitas vezes antes de algumas atitudes. Por muito tempo, carreguei a figura de Deus como um homem barbudo vestido de branco que sentado num trono majestoso com seu cajado, esperava bravamente para dar a sentença mortal aos desobedientes.
Claro que isso, quando me borrava de medo por alguma travessura, do contrário, a figura era a mesma, mas desta vez do seu cajado saia nuvens de doces, presentes e laçarotes aos obedientes. Como toda criança, tudo conforme a conveniência.
Graças a Deus, temos o privilégio do aprendizado e, principalmente quando me tornei mãe, tive absoluta certeza que Deus não castiga, não pune e não é vingativo. Porque essas são atitudes humanas e Deus é pura benevolência, bondade e misericórdia e está anos luz do comportamento humano.
Fico imaginando se Deus de fato nos castigasse. Por certo, os homens seriam mais temerosos.
No entanto, quem ama cuida! Sempre muito atenta ao comportamento de meu filho, aprendi com o tempo, a corrigir somente o necessário para o seu desenvolvimento e formação de caráter e aprendi, principalmente a dar a liberdade necessária para ele buscasse sua própria formação e fazer suas próprias escolhas.
Deus nos ama tanto, que não diferente também nos dá a liberdade necessária para fazermos nossas escolhas, ao que chamamos de livre arbítrio. E é aí que o “bicho pega”. Dependendo das escolhas feitas, colocamos um chicote nas nossas próprias mãos e nos açoitamos, noite e dia, sem dó nem piedade.
Minha mãe sempre dizia que Deus não castiga, mas mostra exemplos. Aí sim, nisso acredito. Deus pode sim por em prova nossa fé e nosso amor , assim como O fez em tantos exemplos bíblicos, mas isto está longe de ser castigo, é antes, oportunidade de aprendizado e redenção e, até mesmo, de nos “usar” a seu serviço, para ensinar ou ajudar os mais desfavorecidos.
O mais importante é, antes de acreditar que Ele nos castiga é aceitar que coisas ruins podem acontecer conosco quando nos afastamos do seu plano de amor. Isso, com toda toda certeza nos fará temer a ELE, mas por causa do seu amor devotado a cada um de nós e, não por causa dos castigos doloridos.
Se há alguém que nos castiga somos nós mesmos, que muitas vezes, por ignorância, teimosia e más escolhas acabamos espremendo por caminhos que nos afastam do propósito de Deus.
Por isso, preste muita atenção ao próximo “puxão de orelhas” que levar de Deus e, antes de achar que te castigou, busque a compreensão o que ELE quer te ensinar.
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